Somos,  por natureza, interdependentes. Precisamos uns dos outros. Até mesmo os animais precisam viver agregados em família. Sentimos a falta do contato  e do convívio social.
Apesar disso, sabemos, também, que ninguém pode levar sua  cruz acompanhado. A  cruz que assumimos com Cristo precisa ser  suportada a sós. Como o nosso Salvador em Sua  caminhada para o Calvário, seguiu solitário, apesar da multidão ao Seu redor. Essa solidão responsável, porque  vivida  por opção pessoal e particular, é a característica marcante do cristão amadurecido. É este sentimento que nos faz voltar  sempre ao Calvário, humildes e quebrantados, sentindo nossa absoluta dependência e fragilidade.
Assim, pois, solitário, apesar de acompanhado, Pedro compreendeu que as  companhias humanas não poderiam  suprir e  acalentar o anseio da  alma. A culpa é algo tão forte e profundo que não se resolve com paliativos.  Em sua angústia, Pedro começou a sentir  uma profunda saudade de Jesus, apesar da vergonha dos seus próprios atos.  Ele poderia cantar: “Da linda pátria estou mui longe, triste eu estou; eu tenho de Jesus saudade...  Meus pecados são mui grandes, e culpado sou; mas o seu sangue põe-me limpo, e para a pátria vou” ([1]).
Aleluia! Aquele corpo dilacerado e o sangue precioso derramado,  não foram sacrifícios   vãos! O Senhor também nos alcançou com Sua graça e  Seu infinito amor. E foi no silêncio daquela noite escura, tenebrosa, na profunda solidão de seu coração, que Pedro   percebeu o doce e meigo olhar do Senhor Jesus. O qual,  já com tantas dores em Sua própria alma, ainda se voltara para ele.
Quando Pedro ainda estava longe, o Senhor o alcançou com Sua graça soberana e com Seu  infinito amor. Antes que Pedro pudesse vê-Lo, encará-Lo, contemplá-Lo, Jesus quebrou a barreira que os separava, e voltou Seu olhar para  ele. Num lampejo,  compreendeu que não estava tão só quanto imaginara. Jesus ainda o amava.
Oh, que graça bendita, o amor de Jesus! Por isso o apóstolo Paulo escreveu mais tarde:  “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” ([2]).
Pr. Vanderlei Faria
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[1] Hino 484 C.C.
[2] Rm 5.8
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