quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A PREGAÇÃO CRISTÃ

O apóstolo Paulo é um exemplo para todos nós. Um homem que amava a Cristo. A sua conversão é um estimulo para o nosso coração. O viver dele era Cristo e o morrer, lucro (Fil 1.21).

Cristo era o centro da mensagem de Paulo, e isso é verdade quando disse aos irmãos em Corinto: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque, decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” (1 Co 2. 1-5).

Na verdade, a mensagem de Cristo oxigenava a vida do apóstolo e tudo o que fazia. Cristo era o contentamento da sua vida e do seu ministério. Tudo o que ele fazia frutificava porque ele era fiel ao Senhor. O seu foco era Cristo. A suficiência do Salvador era a razão de sua vida e ministério.

No texto paulino, encontramos quatro lições sobre a pregação cristã. Primeira, a forma da pregação cristã é simples, sem ostentação (v.1); segunda, o conteúdo da pregação cristã é o evangelho do Cristo crucificado e ressurreto (v.2); terceira, o mensageiro da pregação cristã está comprometido com Cristo (v.3); quarta, a base ou o fundamento da pregação cristã é o poder de Deus, (vv.4,5). A pregação cristã é o testemunho da simplicidade de Cristo com consciência de incapacidade e com base no poder de Deus. Paulo mesmo asseverou que ele não era capaz por si mesmo de repartir o evangelho de Cristo quando disse: “Não que sejamos capazes, por nós mesmos, de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” ( 2 Co 3.5). Alguém disse sabiamente que Deus não chama os capacitados, mas capacita os chamados.

Vivemos num tempo de mensagens egocêntricas. Pregações que exaltam o homem, que enfatizam apenas benefícios meramente físicos e que não têm fundamentação bíblica. A pregação cristã tem Cristo como o seu centro. A mensagem é veiculada de forma simples, sem ostentação de linguagem. Jesus era assim. Se pregarmos numa linguagem que a criança entenda pregaremos de forma simples e todos a entenderão. Jesus usou a criança como prova de simplicidade, dependência, pureza e sinceridade. Estas são as características da fé que legitima um homem para entrar no Reino de Deus. A pregação do evangelho de Cristo enfatiza a simplicidade, a dependência , a pureza e a sinceridade do coração. Não podemos pregar de outra forma.

O conteúdo da pregação genuína é o evangelho do Cristo crucificado, que morreu por nós. É o que Paulo chama de Palavra da cruz. “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Co 1.18). A paixão do apóstolo era Cristo. O seu viver era Cristo. “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fil 1.21).

O apóstolo estava crucificado com Cristo. “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Paulo vivia e pregava em função da Pessoa de Cristo. Ele era homem de uma só mensagem: Cristo e este crucificado. O pregador aos gentios estava comprometido com a suficiência da obra de Cristo na cruz e na ressurreição. Era testemunha da vida do Messias. Fez uma apologia da ressurreição do Mestre (1 Co 15). Todas as suas epístolas focam a Grandeza e Majestade do Senhor Jesus Cristo. O apóstolo deixou claro que não se envergonhava do evangelho de Cristo porque ó poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16).

O mensageiro, à semelhança de Paulo na pregação cristã, está profundamente cônscio de sua fragilidade. O apóstolo não se sentia capaz de pregar. Ele foi claro ao dizer que “foi em fraqueza, temor e grande tremor que esteve entre os Coríntios” (v.3). Na pregação cristã, o mensageiro se sente fraco em si mesmo, tem temor no coração e treme na presença de Deus. Por outro, confia na suficiência de Cristo que pode todas as coisas. Lembro-me de Moisés que não sentia em condições de tirar o povo do Egito. “Então disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? “ (Ex 3.11).

O profeta Jeremias diante do desafio do Senhor para pregar ao povo de Judá se achava uma criança. “Então, lhe disse eu: ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança” (Jr 1.6). João Batista se sentia menos que um escravo em relação a Jesus, quando disse: “mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar” (Mt 3.11). O mensageiro do evangelho não se apóia em sabedoria humana, mas, sim, no poder de Deus (1 Co 2.5). Quando oramos, estudamos a Palavra, fazemos uma leitura madura do tempo em que vivemos, nos relacionamos amorosamente com as pessoas, Deus realiza a Sua obra em nós usando a Sua Palavra por meio da pregação eficaz, que atinge as pessoas e glorifica o Seu nome.

A fundamentação da pregação cristã é o poder de Deus (v.5). O que nos interessa como pregadores sérios é a manifestação do poder de Deus. Ele se manifesta na vida do mensageiro que o ama de todo coração. Deus fala por meio do Seu servo que se submete. A humildade é um traço preponderante na vida do homem que Deus usa para a Sua glória, para a salvação dos perdidos e para a edificação da Sua igreja. A fé do povo de Deus não se apóia no braço humano, mas sim no poder do Senhor (v.5).

A fundamentação da mensagem cristã é o poder do Pai que exalta o Filho e que se manifesta pelo Espírito Santo. Esta era a realidade dos apóstolos Pedro e João que pregaram no Pentecostes e diante do Sinédrio. Ninguém podia barrar-lhes o testemunho acerca de Jesus. A pregação cristã é eficaz porque está alicerçada no poder de Deus. A pregação genuinamente cristã tem a Palavra de Deus como base fundamental. Todo alicerce da pregação cristã está na Triunidade de Deus. O evangelho foi proclamado de Jerusalém (Oriente) a Roma (Ocidente) sem impedimento algum, isto é, sem que ninguém pudesse barrar a sua impetuosidade. Esta é a realidade da pregação cristã.



Oswaldo Luiz Gomes Jacob, Pastor
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