quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A PATERNIDADE DE DEUS

Uma reflexão em Romanos 8.15,16


No Éden, em Adão, todos nós perdemos a condição de filhos. Na cruz e na ressurreição de Jesus, na Sua obra suficiente, fomos recebidos pelo Pai por adoção. Em Cristo, fomos recebidos como filhos para andarmos na obediência. O nosso Deus, o Pai, é a natureza do evangelho. Deus é o Evangelho. O que é evangelho? É boa noticia de que Deus nos ama e nos reconciliou consigo mesmo em Cristo Jesus. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19,20). A paternidade de Deus tem o seu caráter de amor revelado em Jesus Cristo. “Porque Deus amou” (João 3.16) é a razão da Sua paternidade. O Pai pródigo recebeu o Filho pródigo não porque o filho merecesse, mas por causa do seu amor. Não se pode pensar no Senhor se não consideramos o Seu amor. Deus é Amor. É a Sua natureza.

O verbo clamar é usado para expressar confiança, pois a ‘nossa oração não expressa duvida, senão que ergue ao céu um brado confiante. “O Espírito de adoção. A palavra é huithésia . O Espírito que torna os crentes filhos de Deus e os capacita a chamarem a Deus seu Pai . Em grego é pather. Aba é uma expressão aramaica que veio ser usada pelos judeus (e até hoje é usada pelas famílias que falam hebraico) como termo familiar com o qual os filhos se dirigiam ao seu pai”. Nós não estamos mais debaixo do espírito de escravidão, mas libertos em Cristo. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8.32). O Espírito não é de escravidão, mas de liberdade.

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17). Jesus, no Getsêmani, disse: “Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero e, sim, o que tu queres” (Mt 26.39,42). David, o rei, diz: “Bendito és Tu, Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade a eternidade” (1 Cr 29.10) .“Pai dos órfãos e juiz das viúvas, é Deus em Sua santa morada”(Sl 68.5). “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai, nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra de Suas mãos” (Is 64.8). “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). “Ora, se vós sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mis vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhes pedirem?” (Mt 7.11). “Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1 Pe 1.17).

Fomos incluídos na família de Deus pela adoção. Ele coloca o crente em Sua família com todos os privilégios e responsabilidades do Filho adulto. “E não somente ela, mas também nós temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso intimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8;23). “São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9.4). Para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.5,6). Paulo mais uma vez ensina: “nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5). “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13) A natureza de Deus revela claramente a Sua paternidade. Quando Paulo ensina aos Gálatas (5.1) que foi para a liberdade que Cristo nos libertou, ele fala “da diferença entre espírito de escravidão e espírito de adoção. O primeiro, temor, medo. O segundo, segurança.

Pedro, de maneira magistral, discorrendo sobre o Deus das promessas, diz: “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo” (2 Pe 1.4). “A nossa posição de filhos de Deus requer motivos de gratidão e amor. Esse favor é um exemplo de graça divina superabundante, que excede todas as outras bênçãos, tornando-os santos e honrosos!” Ao vislumbrarmos Jer 31.3 e Os 11.4, percebemos claramente a profundidade do amor de Deus. “Nosso Pai celestial, com freqüência, nos atrai com laços de amor. Quão hesitantes somos em correr para Ele!...

“Deus está nos atraindo para Si mesmo. Podemos ouvi-lO dizendo: Venha, meu filho, confie em Mim. O véu foi rasgado. Entre em minha presença e, com ousadia, aproxime-se do trono da minha graça. Sou digno de toda a sua confiança. Jogue fora os trapos das suas inquietações e vista-se com as belas vestimentas de regozijo”. Ainda que o seu pai e a sua mãe o abandonarem, Deus, o Pai, não o abandonará. A Sua natureza é de cuidar daqueles aos quais Ele tem chamado para Si mesmo em Cristo Jesus, o Salvador e Senhor. Confie, mais confie mesmo na paternidade de Deus. A paternidade dEle é infinitamente maior do que o amor de sua mãe, meu amigo, meu irmão. É incomparável o amor de Deus. Não é uma questão de sentir, mas de crer na paternidade de Deus.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, Pastor

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