sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A Perseverança Do Cristão

Certo dia, quando me encontrava angustiado e quase desesperado com a sensação de fracasso e desalento diante dos sofrimentos porque passava e das persistentes tentações, as quais pareciam insuperáveis; quando o diabo procurava me convencer de que realmente eu era um caso perdido, um derrotado pecador como outro qualquer; quando a esperança de um viver santo e agradável a Deus parecia-me impossível, ou apenas um mero argumento teológico, comum e corriqueiro em sermões pastorais, algo fácil de se ensinar e exigir dos outros mas impossível de ser posto em prática diária...

Quando tudo isso causava-me um sensação de impotência diante das freqüentes tentações mentais, Deus me conduziu a ler Romanos, 5.1-2. Especialmente a frase: "a tribulação gera a perseverança..." Só então percebi como Deus nos conduz à perseverança. Na verdade, é Deus quem nos conduz e nos proporciona a perseverança. Ninguém persevera por ser melhor crente, por esforço próprio, ou por quaisquer méritos humanos. Não espiritualmente.

Deus é quem nos leva a perseverar, soberana e sobrenaturalmente. E o método de Deus para nos fazer perseverar, via de regra, é através da tribulação.

Faço parte do time de Elias, o qual, apesar da crise e depressão, até ao ponto de chegar a desistir de viver, ainda assim, tornou-se mais que vencedor em Cristo Jesus. A tal ponto d ser levado ao céu sem experimentar a maior crise humana, o maior inimigo a ser vencido, a morte. Deus permitiu que a tribulação o levasse à depressão profunda e ao seu limite de resistência física, emocional e mental, com o propósito de fazê-lo perseverar na oração e na fé. Por isto, Tiago disse:

"Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos" (Tg 5.17a).
Isto é, ele enfrentava dificuldades semelhantes às nossas em face dos sentimentos pecaminosos que lhe ocorriam. Mas, apesar disso, o texto continua: "e orou, com instância para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos” (Tg 5.17b,18).


Tiago diz claramente que Elias era semelhante a mim e a você; sujeito aos mesmos sentimentos de frustração, fracasso e medo. Apesar disso, Deus ouviu e honrou sua oração de fé. Assim também, podemos acrescentar que não fora a consciência de sua carência e fraqueza, talvez, ou certamente, ele não teria se tornado conhecido como essa pessoa destemida e dependente de Deus como o conhecemos; porque teria enfrentado as forças satânicas confiado apenas em sua própria capacidade intelectual, ou em sua força moral, etc.

Da mesma forma, quando Deus realizou o milagre da cura de um coxo, através de Pedro, muitas pessoas quiseram exaltar os apóstolos como se eles tivessem sido os autores de tal façanha. Entretanto, Pedro se adiantou em afirmar: “Israelitas, por que vos maravilhais disto ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar?... Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; si, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós” (At 3.12, 16).

Pedro honrou o nome de Jesus, e não permitiu que a glória daquele milagre fosse atribuída a ele e a João. Não permitiu que a multidão o adorasse, como se fosse um milagreiros (como, infelizmente, tantos procuram fazer hoje em dia); ao contrário, exortou-os a crer no Senhor Jesus, o verdadeiro Autor da fé.

Gosto de associar-me aos milhões de servos e servas de Deus, de todos os tempos e lugares – a Igreja verdadeiramente universal – conforme Pedro nos diz: "Sede sóbrios e vigilantes, o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém" (1Pe 5.8-11).

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