Certo dia, quando me encontrava angustiado e quase desesperado com a sensação de fracasso e desalento diante  dos sofrimentos porque passava e das persistentes tentações, as quais pareciam insuperáveis; quando o diabo procurava me convencer de que  realmente eu era um caso perdido, um derrotado pecador como  outro qualquer; quando  a esperança de um viver santo e agradável a Deus parecia-me  impossível, ou apenas um mero argumento teológico, comum  e corriqueiro em sermões pastorais, algo fácil de  se ensinar e exigir dos outros mas impossível de ser posto em prática diária...
Quando tudo isso causava-me um sensação de impotência diante das freqüentes  tentações mentais, Deus me conduziu a ler Romanos, 5.1-2. Especialmente a frase: "a tribulação gera a perseverança..." Só então  percebi como Deus nos conduz à perseverança. Na verdade, é Deus quem  nos conduz e nos proporciona a perseverança. Ninguém persevera por ser melhor crente, por esforço  próprio, ou por  quaisquer méritos humanos. Não espiritualmente.
Deus é quem nos leva  a perseverar, soberana e sobrenaturalmente. E o método de Deus para nos  fazer perseverar, via de regra, é através da tribulação.
Faço parte do time de Elias, o qual, apesar da crise e depressão, até  ao ponto de chegar a desistir  de viver, ainda  assim, tornou-se mais que vencedor em Cristo Jesus. A tal ponto d ser  levado ao céu sem experimentar  a  maior crise humana, o maior inimigo a ser vencido, a morte. Deus permitiu que a tribulação o  levasse à depressão profunda e ao seu limite de resistência  física,  emocional  e mental, com o propósito de fazê-lo perseverar na oração e na fé. Por isto, Tiago disse:
"Elias era  homem semelhante  a nós, sujeito aos mesmos sentimentos" (Tg 5.17a).
Isto é, ele enfrentava dificuldades semelhantes às nossas em face   dos sentimentos  pecaminosos  que lhe  ocorriam. Mas, apesar disso, o texto continua: "e orou, com instância para que  não chovesse sobre a terra, e,  por três anos e seis meses, não choveu.  E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos” (Tg 5.17b,18).
Tiago diz claramente que Elias  era semelhante a mim e a você; sujeito aos mesmos  sentimentos de frustração, fracasso  e medo. Apesar disso, Deus ouviu e honrou  sua oração de fé. Assim também, podemos acrescentar que não fora a consciência  de sua carência e fraqueza, talvez, ou certamente, ele não teria se tornado conhecido  como  essa pessoa destemida e dependente de Deus como  o conhecemos; porque teria enfrentado as forças satânicas confiado apenas em sua  própria capacidade intelectual, ou em sua força moral, etc.
Da mesma forma, quando Deus realizou o milagre da cura  de um coxo, através de Pedro,  muitas pessoas  quiseram exaltar os apóstolos como se eles  tivessem sido os autores de  tal façanha. Entretanto, Pedro se adiantou em afirmar: “Israelitas, por que vos maravilhais  disto ou por que fitais  os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder  ou piedade o tivéssemos  feito andar?...   Pela fé  em o nome  de Jesus, é que  esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora  vedes e reconheceis; si, a fé que vem  por meio de Jesus deu a  este saúde perfeita na presença de todos vós” (At 3.12, 16).
Pedro honrou o nome de Jesus, e não permitiu que a glória daquele milagre fosse atribuída a ele e a João. Não permitiu que  a multidão o adorasse, como se fosse um milagreiros (como, infelizmente, tantos procuram fazer hoje em dia); ao contrário,  exortou-os  a crer no Senhor Jesus, o verdadeiro Autor da fé.  
Gosto de associar-me aos milhões de servos e servas de Deus, de todos  os tempos e lugares –  a Igreja verdadeiramente universal – conforme Pedro nos diz: "Sede sóbrios e vigilantes, o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém  para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa  irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda  a graça, que  em Cristo vos chamou à sua  glória, depois  de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de  aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos  séculos dos séculos. Amém" (1Pe 5.8-11).
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