sexta-feira, 18 de junho de 2010

AMIGOS PARA SEMPRE

Quando o Brasil sagrou-se pentacampeão de futebol, como sempre acontece, houve jogador que só participou de algumas partidas. Outros só participaram alguns minutos. E outros, ainda, nem sequer entraram em campo para disputar uma partida. Porém, todos são considerados campeões, independente do que cada um fez em prol das vitórias do grupo. Todos que faziam parte da Seleção Brasileira de Futebol, foram recebidos com festa em nosso país, como verdadeiros campeões do mundo, heróis nacionais...

Assim também, quando nos tornamos parte do Corpo de Cristo, a Igreja de Cristo Jesus, pela fé nEle, passamos a contribuir, de uma forma ou de outra, para o sucesso ou para o fracasso da obra do Senhor. Da mesma forma, no caso em apreço, ninguém foi mais prestigiado que o outro. Ninguém recebeu honra maior que os outros. Certamente que nem todos fizeram o mesmo esforço. Nem todos tiveram a mesma coragem e motivação. Mas cada um recebeu a mesma glória do reconhecimento do Senhor. O nosso pouco só é pouco quando é retido egoisticamente em nossas próprias mãos. Quando, porém, confiamos ao Senhor o nosso pouco, e o colocamos a serviço do Mestre, recebemos a honra do todo...

Escrevendo aos efésios, Paulo exorta-os exatamente para que exerçam a fé cristã, o evangelho de Cristo, “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3). E o apóstolo continua dizendo-lhes que, ao contrário daqueles que se ufanam em pensar e proclamar que “a minha igreja é melhor”, há uma só igreja de Cristo: “há um só corpo”. Para quem pensa que tem o monopólio do Espírito, diz Paulo: “há um só corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação” (Ef 4.4).

Se o Espírito de Deus nos chamou e nos convocou para pregarmos a esperança que há em Cristo, então fazemos parte de uma comunidade universal de irmãos, unidos pelo sangue de Cristo. Portanto, genuinamente irmãos de sangue. Não importa a placa de nossa igreja, se estamos de fato em Cristo, fazemos parte de uma grande família; cheia de falhas, porém vitoriosos em Cristo, pelo Seu precioso sangue. Temos “um só Senhor, uma só fé (nEle, qualquer outro tipo de fé, baseada em outra pessoa ou objeto, foge à essa unidade), um só batismo (do Espírito Santo; quer você creia que foi batizado quando se converteu a Cristo, que foi ou que será posteriormente, o Espírito é o mesmo).

Em Cristo convergem todas as coisas: “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (Cl 1.18-20). E o apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, como havia dito – “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” – conclui essa ênfase à unidade cristã dizendo que há “um só Deus e Pai de todos (todos os que O receberam, conforme diz João 1.12), o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.6). Ou, seja, em Cristo, somos amigos para sempre!

O Novo Testamento nos ensina a exercer a unidade com amor e liberdade; sem libertinagem e sem o uso da força coercitiva. Porque unidade sem amor e liberdade é escravidão e humilhação. Portanto, vale a pena nos esforçarmos, como disse o apóstolo, diligentemente, para promovermos a unidade do corpo de Cristo, com amor, sem orgulho e autoritarismo; como na belíssima frase de Rupertus Meudenius: “No que é essencial, unidade. No que não é essencial, liberdade. Em tudo, amor”. Amigos para sempre.



Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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