Vez por outra somos surpreendidos com situações estarrecedoras, as quais nos deixam desolados e amargurados. Em tais circunstâncias,  as lembranças de nossas atitudes precipitadas e equivocadas nos deixam mais amargurados e infelizes ainda. E aí, arrependidos, ficamos a nos  perguntar:  Por que não pensei  melhor sobre aquela decisão? Por que não agi de forma mais equilibrada e responsável? Por que não aproveitei aquela oportunidade para  buscar e obedecer mais a Deus? Por que me deixei envolver  naquele caso fatídico e infeliz? Por que perdi tanto tempo para  entender que a vontade de Deus é sempre  a melhor e mais agradável  para a minha vida?...
Certamente essa angústia será muito pior quando for permanente e eterna, no inferno. Por isto a Bíblia  diz: “Daí glória ao Senhor vosso Deus, antes que  venha a escuridão  e antes que vossos pés tropecem nos montes  escuros, antes que, esperando vós luz, ele a transforme em densas trevas e a reduza à profunda escuridão” (Jr 13.16).
Dessa forma, o Senhor nos conduz à reflexão no tempo oportuno. Isto é, quando podemos fazer a coisa certa no momento certo; não deixando para o amanhã incerto aquilo que precisamos e  podemos fazer  enquanto temos as condições adequadas para fazê-lo. Jeremias  recebeu a incumbência de não só falar, mas, também, interpretar uma dura mensagem  para o povo de Judá e Israel. Em todo o capítulo 13 de seu  livro, Jeremias enfatiza sobre os perigos e consequências  da desobediência  do povo ao chamado divino à responsabilidade e ao arrependimento. No v.13 Deus fala, através do profeta, com três grandes advertências, as quais deveriam conduzir o povo (e a nós também) ao imperativo divino: “Daí glória ao Senhor!”
Assim, o Senhor acrescenta as razões para aproveitarmos cada oportunidade que nos é dada, antes que olhemos para o retrovisor  de nossas vidas com remorso e arrependimento tardios:
Primeira razão: “Daí glória ao Senhor, antes que Ele faça vir as trevas...” Quando atingimos determinadas vitórias na vida, quando nos sentimos no apogeu, na crista da onda, temos  a sensação  de que os holofotes estarão sempre direcionados em nossa direção. Sentimo-nos iluminados, brilhantes... E, muito frequentemente nos esquecemos de glorificar a Deus por Sua infinita bondade para conosco, nos concedendo tais realizações e vitórias.
Ficamos empolgados e  orgulhosos, como se aquelas conquistas fossem unicamente  por nossos méritos. Aí o Senhor nos diz: “Olha, não  se deixe  iludir, achando que  você tem  luz própria, minha é a glória e o poder!”
Daí a advertência divina como que a nos dizer: “Aproveite  esta magnífica  oportunidade, quando você  se sente em evidência, para deixar evidente  que a honra e a glória pertencem a mim, o Senhor, e não a você mesmo; antes que as luzes se apaguem e você  se encontre  em densas trevas”. Segunda: “Dai glória ao Senhor, antes  que tropecem  vossos pés nos montes tenebrosos, escuros!” Ou seja,  antes que os problemas, as dificuldades da vida lhe causem  tropeços insuportáveis e a sua queda física, moral e espiritual seja  inevitável. Não espere que venham as tribulações para você  corrigir os seus passos! Acerte-se com Deus enquanto você está  em pé, porque assim diz o Senhor:  “Aquele, pois, que  pensa estar em pé veja que não  caia” (1Co 10.12).
Terceira: “Dai glória ao Senhor, antes que, esperando vós luz, ele a mude  em sombra de  morte e a reduza à escuridão”.  Em outras palavras, Deus nos diz:  “Antes que  suas expectativas alvissareiras se transformem numa profunda e angustiante frustração; quando as sombras da morte lhe fizerem  ver que todos os seus sonhos, acalentados durante  tantos anos,  chegaram ao fim inexoravelmente. O Senhor ainda vai fazer uma advertência complementar no v. 18: “Humilhai-vos!” Diante da palavra do Senhor, só temos  duas alternativas: A primeira alternativa que  temos diante de nós é a rejeição de todo o conselho de Deus e nos assemelharmos ao povo para quem Jeremias proferiu tal mensagem enviada por Deus: Rebeldes e contradizentes.
A segunda alternativa, e mais sábia,  é aceitarmos essas advertências e nos voltarmos  arrependidos e contritos aos pés do Senhor, nos apropriando da paz de Deus,  “que excede todo o entendimento” (Fl 4.7). Essa é a forma  de experimentarmos a paz de Deus, paz completa e real,  agora e quando  se fecharem as cortinas eternas.
Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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