sexta-feira, 4 de junho de 2010

ANTES QUE SEJA TARDE

Vez por outra somos surpreendidos com situações estarrecedoras, as quais nos deixam desolados e amargurados. Em tais circunstâncias, as lembranças de nossas atitudes precipitadas e equivocadas nos deixam mais amargurados e infelizes ainda. E aí, arrependidos, ficamos a nos perguntar: Por que não pensei melhor sobre aquela decisão? Por que não agi de forma mais equilibrada e responsável? Por que não aproveitei aquela oportunidade para buscar e obedecer mais a Deus? Por que me deixei envolver naquele caso fatídico e infeliz? Por que perdi tanto tempo para entender que a vontade de Deus é sempre a melhor e mais agradável para a minha vida?...

Certamente essa angústia será muito pior quando for permanente e eterna, no inferno. Por isto a Bíblia diz: “Daí glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que vossos pés tropecem nos montes escuros, antes que, esperando vós luz, ele a transforme em densas trevas e a reduza à profunda escuridão” (Jr 13.16).

Dessa forma, o Senhor nos conduz à reflexão no tempo oportuno. Isto é, quando podemos fazer a coisa certa no momento certo; não deixando para o amanhã incerto aquilo que precisamos e podemos fazer enquanto temos as condições adequadas para fazê-lo. Jeremias recebeu a incumbência de não só falar, mas, também, interpretar uma dura mensagem para o povo de Judá e Israel. Em todo o capítulo 13 de seu livro, Jeremias enfatiza sobre os perigos e consequências da desobediência do povo ao chamado divino à responsabilidade e ao arrependimento. No v.13 Deus fala, através do profeta, com três grandes advertências, as quais deveriam conduzir o povo (e a nós também) ao imperativo divino: “Daí glória ao Senhor!”

Assim, o Senhor acrescenta as razões para aproveitarmos cada oportunidade que nos é dada, antes que olhemos para o retrovisor de nossas vidas com remorso e arrependimento tardios:
Primeira razão: “Daí glória ao Senhor, antes que Ele faça vir as trevas...” Quando atingimos determinadas vitórias na vida, quando nos sentimos no apogeu, na crista da onda, temos a sensação de que os holofotes estarão sempre direcionados em nossa direção. Sentimo-nos iluminados, brilhantes... E, muito frequentemente nos esquecemos de glorificar a Deus por Sua infinita bondade para conosco, nos concedendo tais realizações e vitórias.

Ficamos empolgados e orgulhosos, como se aquelas conquistas fossem unicamente por nossos méritos. Aí o Senhor nos diz: “Olha, não se deixe iludir, achando que você tem luz própria, minha é a glória e o poder!”

Daí a advertência divina como que a nos dizer: “Aproveite esta magnífica oportunidade, quando você se sente em evidência, para deixar evidente que a honra e a glória pertencem a mim, o Senhor, e não a você mesmo; antes que as luzes se apaguem e você se encontre em densas trevas”. Segunda: “Dai glória ao Senhor, antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos, escuros!” Ou seja, antes que os problemas, as dificuldades da vida lhe causem tropeços insuportáveis e a sua queda física, moral e espiritual seja inevitável. Não espere que venham as tribulações para você corrigir os seus passos! Acerte-se com Deus enquanto você está em pé, porque assim diz o Senhor: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10.12).

Terceira: “Dai glória ao Senhor, antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão”. Em outras palavras, Deus nos diz: “Antes que suas expectativas alvissareiras se transformem numa profunda e angustiante frustração; quando as sombras da morte lhe fizerem ver que todos os seus sonhos, acalentados durante tantos anos, chegaram ao fim inexoravelmente. O Senhor ainda vai fazer uma advertência complementar no v. 18: “Humilhai-vos!” Diante da palavra do Senhor, só temos duas alternativas: A primeira alternativa que temos diante de nós é a rejeição de todo o conselho de Deus e nos assemelharmos ao povo para quem Jeremias proferiu tal mensagem enviada por Deus: Rebeldes e contradizentes.

A segunda alternativa, e mais sábia, é aceitarmos essas advertências e nos voltarmos arrependidos e contritos aos pés do Senhor, nos apropriando da paz de Deus, “que excede todo o entendimento” (Fl 4.7). Essa é a forma de experimentarmos a paz de Deus, paz completa e real, agora e quando se fecharem as cortinas eternas.


Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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