sexta-feira, 11 de junho de 2010

NÃO TEMEREMOS AINDA QUE...

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10a).

É interessante que o salmista fala de Deus o tempo todo na terceira pessoa: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” – começa ele. E continua: “Portanto, não temeremos ainda que...” – e acrescenta uma série de possíveis calamidades naturais. Fala dos feitos soberanos de Deus, tais como “põe termo à guerra”, etc. Fatos estes que, ao longo da história mundial, as pessoas normalmente atribuem apenas aos homens e mulheres considerados heróis.

O que poucos admitem, e crêem, é que Deus está no controle dos fatos históricos, das calamidades naturais, das tormentas, terremotos, furacões e de tudo o mais que assola o planeta Terra. Nada escapa ao controle soberano de Deus, e nada acontece por acaso.

Em tais circunstâncias, também nós, os filhos do Deus Altíssimo, sentimo-nos pressionados, inquietos, sobressaltados, amedrontados e agitados, tanto com as turbulências externas como, e muito mais, as internas. Quando nossas forças e resistências parecem soçobrar. Quando as lágrimas e o pânico começam a nos dominar e ameaçar a nossa estrutura física, emocional e espiritual... Quando as palavras já não encontram eco em nossa oração...

Quando nossos esforços são em vão, e nossa capacitação e conteúdo intelectual se tornam nulos e ineficazes... Quando as lágrimas turvam nosso horizonte... Quando parece que não há mais esperança e ao nosso redor tudo se torna instável e inseguro... Quando a fé vacila e as forças físicas e emocionais começam a se esvair... Quando as preces parecem fúteis e ineficientes, Deus responde de duas maneiras peculiares.

Primeiramente Ele fala através do salmista, como nos versos já mencionados e também no refrão dos vs. 7 e 11: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Mas o que mais me surpreende é a maneira como Deus usa a mente e a boca do salmista para falar diretamente conosco: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...”

Essa é uma forma de comunicação muito comum entre os profetas do VT, mas não me parece tão frequente nos salmos. Imaginemos um pregador falando a respeito de Deus, exortando o povo a confiar na soberania e poder de Deus e, de repente, o tal mensageiro de Deus faz uma pausa...

E uma voz completamente diferente, forte, enfática e vigorosa começa a ser ouvida por todos os presentes no local... O auditório, antes agitado, irreverente e tumultuado, de repente se petrifica ao som da voz trovejante, como se do trovão saíssem tais palavras: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus!”

Confesso que só em pensar em tal cena, fico arrepiado, meu coração dispara. Mas o fato é que isto não é uma mera conjectura, mas é precisamente este o propósito de Deus. Ou seja, quando nos sentimos agitados, confusos e sobressaltados com a incerteza que se avizinha de uma cirurgia delicada, uma colocação de prótese caríssima e complicada; as contas batendo à porta e os recursos se esgotando, Deus nos fala: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus!”

Quem sabe, não seria este o momento oportuno para nos aquietarmos também, procurando assimilar essas palavras para aplicá-las à nossa situação!? Se Deus pode fazer cessar as guerras e a fúria do mar e dos vendavais, Ele pode também fazer cessar a dor ou qualquer outra aflição de nosso coração. Assim, depois de Lhe fazermos as nossas súplicas, o clamor de nossa alma, aquietemo-nos e esperemos que o Senhor responda e aja em nosso favor. Amém.

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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