Considerando ainda a história da mulher que ungiu o Senhor Jesus com um “precioso bálsamo”, pensemos em na terceira lição que os textos nos sugerem.
Marcos descreveu assim as palavras de Jesus: “Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura” (Mc 14.8). Ou, seja, ela fez o que pôde para apresentar ao Senhor o seu melhor, e o fez no tempo oportuno. Não esperou que a morte de Jesus chegasse antes de seu tributo de gratidão e louvor a Ele. Porque esperar a morte chegar para dizermos o quanto amamos aqueles a quem de fato amamos? Porque não nos anteciparmos aos momentos sombrios ou mesmo à morte daqueles a quem amamos, ainda que de forma velada e contida, para lhes demonstrar a nossa admiração e gratidão pelo que representam para nós?
Maria antecipou-se ao sepultamento de Jesus. Não perdeu tempo para apresentar-lhe o melhor que pôde, para agradá-Lo e reverenciá-Lo de forma generosa e respeitosa. Assim, ela não queria perder aquela rara oportunidade de expressar seu amor e gratidão a Jesus. Quantas pessoas estão invertendo as suas prioridades! Quantos estão perdendo a oportunidade de expressar amor e carinho para com os seus parentes e amigos, correndo atrás dos bens materiais!
Quantas vezes verificamos filhos ofendendo e magoando seus pais por coisas tão banais; quando temos tão pouco tempo para convivermos juntos neste mundo! Quantos irmãos e amigos que vivem se agredindo, se ofendendo mutuamente, sem se darem conta de que a qualquer momento podemos nos separar para sempre e irreversivelmente! Então, só restarão o remorso e as tristes recordações; as lembranças das oportunidades perdidas... Nada mais terá importância para as memórias póstumas; só tristeza e remorso pelas oportunidades perdidas em troca de futilidades adquiridas.
De repente perdemos alguém a quem amamos, então nos damos conta de que nunca expressamos o nosso amor para com aquele que se foi; enquanto não somos nós mesmos que haveremos de partir. Muitas vezes perdemos as grandes e melhores oportunidades de nos relacionarmos de forma afetuosa com as pessoas que amamos porque a nossa visão espiritual está embaçada pelos prazeres mundanos, fúteis e passageiros.
Mas o pior é quando perdemos tempo correndo atrás dos nossos interesses materiais e nos esquecemos de buscar a Deus e reverenciá-Lo no tempo oportuno. Quando as cortinas eternas se fecharem não haverá desculpas suficientes para aplacar a ira de Deus sobre aqueles que O desprezaram no tempo que lhes foi dado; como o próprio Senhor disse a respeito da cidade de Jerusalém: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.41-44).
Quantos que gastam fortunas e a maior parte de seu tempo de vida correndo para obterem coisas materiais extravagantes e supérfluas, perdendo ou relegando a segundo plano as coisas espirituais, a comunhão com Deus através da oração e do estudo e meditação na Palavra de Deus! Deus merece o nosso melhor, e não as sobras. Não será este o nosso melhor tempo para apresentarmo-nos diante de Deus para reverenciá-Lo e cultuá-Lo; enquanto as nossas condições físicas e mentais ainda nos são favoráveis? Pensemos nisto!
Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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