A síndrome de ostracismo se manifesta, no meu entendimento, não apenas  pela solidão física; mas,  muito mais pela ausência de solidariedade, de entendimento e de compartilhamento profundo, sensível e amigo. É quando nos sentimos isolados em nossas opiniões, quando não encontramos alegria entre os que nos cercam, que nem ao menos  respeitam nossos pontos de vista. Quando nos sentimos sós  numa multidão passiva, acomodada e insensível. Sentimo-nos  com a síndrome do ostracismo quando nem mesmo as respostas plausíveis  do nosso entendimento racional conseguem se ajustar harmonicamente com as motivações secretas de nossos próprios corações. 
Enfim, a síndrome do ostracismo se constata quando nos sentimos, por  razões diversas,  nulos e insignificantes  entre pessoas que julgamos importantes e relevantes socialmente. Sentimos, realmente,  sem ninguém, abandonados, esquecidos e rejeitados. Ninguém  que nos  admire, que nos  trate com carinho, que sinta  falta de nossa companhia, que se alegre com nossa alegria, que chore com a nossa dor, que nos ouça com ternura e fale-nos com amor. Alguém que nos faça sentir que somos parte de suas vidas, partícipes de seus sonhos, seus projetos  de vida, suas realizações... 
Elias não estava abandonado como imaginara. Ele tinha algo extraordinário, e não sabia: tinha Deus consigo. E Deus que não falha, veio ao seu encontro. De uma forma especial, afetuosa e estimulante Ele se dirigiu a Elias, dizendo-lhe:  “Levanta-te, porque demasiado longa te será a viagem” (1 Rs 19.7). Era uma mensagem semelhante à do salmista: “Anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor” (Sl 27.14).  Queria, assim, o Senhor, fazê-lo compreender que, ainda que as crises pudessem abatê-lo  e deixá-lo frustrado por algum tempo, ele não deveria considerar-se derrotado para sempre. Deus haveria de  desobstruir os seus caminhos,  prover-lhe os recursos  e as condições necessárias para continuar a caminhada. Embora suas atitudes sejam reprováveis,  podemos pelo menos tirar uma lição de seu caráter: ele não procurou dissimular, viver de forma hipócrita.
 
Milhares de pessoas se arrastam  pelas ruas amargando a vergonha do desprezo e da indignidade humana.  Uma verdadeira chaga moral; um grito sufocado de compaixão e misericórdia, abafados pelas  multidões apressadas das grandes cidades! Alguns desses   infelizes já se entregaram completamente ao desânimo. Se anularam,  se deixaram vencer;  perderam a dignidade pessoal, a razão de viver. São vidas preciosas que precisam de Deus, precisam do entendimento das palavras de  Jesus  quanto ao valor que Ele  nos dá.
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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