quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SUPERANDO O MEDO

1 Rs 19:1-3

Desde Adão, no Éden, por causa do pecado da desobediência a Deus, o homem procura se esconder, fugir da presença de Deus e de seus semelhantes. Há um pensamento perverso e enganoso segundo o qual a pessoa imagina que longe, afastada, escondida, poderá respirar tranquila e feliz. Tem-se a ilusão de que haverá uma possibilidade de se conviver, existir isoladamente sem dar satisfação a ninguém, nem mesmo para Deus.

Ouvi alguém cantando num templo dito evangélico a seguinte música: “Eu quero é Deus... Não importa o que vão pensar de mim... NÃO ESTOU NEM AÍ... EU QUERO É DEUS...”

Como se a nossa vida cristã fosse um feudo de egoístas e arrogantes que não se importam pelo que as pessoas pensam a nossa respeito, qual a razão da nossa esperança... Tudo isso é indiferente para esse tipo de crentes. Imagina-se, dessa forma, que essa fuga da realidade existencial possibilite uma isenção de culpa e de castigo, impunidade. Porém, essa é uma ilusão diabólica. Todos nós, quer queiramos quer não, teremos que nos confrontar conosco mesmos e com Deus. Encontramos diversos exemplos na Palavra de Deus e na vida atual de todos os dias.

Adão foi o primeiro a tentar camuflar seu pecado, fugindo da presença de Deus. Diz a Bíblia que Deus o procurou na virada do dia, e disse-lhe: “Onde estás, Adão?” (Gn 3.9). Onde estás? O que você está tentando fazer sem a minha autorização e companhia? “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5b).

Há muitos que ainda hoje estão tentando se refugiar nessa evasiva. Procurando justificar sua omissão e irresponsabilidade para com os seus irmãos em Cristo Jesus, agindo de forma semelhante: “Não tenho nada a ver com isso, cada um cuide de si!” Não querem se comprometer, se envolver. Entretanto, de acordo com a Palavra de Deus, todos somos responsáveis pelo nosso próximo. Somos todos interdependentes.
Precisamos uns dos outros e temos responsabilidades para com todos.

Elias tentou fugir de sua missão, escondendo-se na caverna: “E ali entrou na caverna e passou ali a noite”... Mas Deus o procurou amorosamente: “E eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19.9). Assim, Elias estava sendo concitado, estimulado, a sair de si mesmo. Permitir-se captar além de suas fronteiras, suas limitações pessoais. Porque se isolara, se enclausurara; deixara-se abater. Deixara de viver em função da vontade do Senhor para penalizar-se, condoer-se, compadecer-se de si mesmo: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos...” (1 Rs 19.10).

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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