_ “Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19.9).  
Somos  condicionados, desde pequenos, a vivermos rodeados de atenção. Crescemos, normalmente, em grupos sociais. Até mesmo os mendigos e marginalizados socialmente se agrupam.  Todos queremos pertencer, fazer parte de alguma  comunidade, ser alguém para alguém!  E até  quando ficamos a sós, procuramos a companhia do Rádio ou da TV. 
Para a maioria  das pessoas, a solidão é sinônimo  de pesadelo, um deserto insuportável. Poucos aprendem a desenvolver o hábito de apreciar e utilizar positivamente os momentos solitários. Alguns, na verdade,  são forçados pelas circunstâncias; quando  não se usa, ou não se  tem os recursos suficientes para usá-la positivamente. Neste caso a solidão pode ser terrível, porque é fruto das barreiras sociais, da  segregação, preconceito e marginalização. Não se  trata daquele momento a sós, quando nos refugiamos para refletir, pensar, decidir. Mas é aquele  sentimento de abandono, de  invalidez e de descaso. Então o que vemos são vidas secas, caminhando pelo deserto da vida. Sem amor para compartilhar, para desfrutar. 
Elias estava no mais profundo deserto da solidão. A saudade, a falta de um companheiro, um amigo mais  chegado, dava-lhe a sensação de indignidade e inutilidade: “Não tenho ninguém que se preocupe comigo, que se interesse por mim;  não valho mais nada... posso morrer aqui que ninguém há de sentir a minha falta, jamais se lembrarão de mim... Nada mais  me interessa, me cativa e me estimula a prosseguir lutando, vibrando.”
  
Elias estava nas mãos de Deus, ainda que  chorando, reclamando, mal humorado, desmotivado e enfraquecido espiritualmente. Deus não se esquecera dele, como não se esquece de cada um de nós também. Elias refugiou-se na caverna da solidão, da fuga, e na caverna da depressão. Caminhando como que pelo deserto escaldante de uma vida sem graça e infeliz; sem qualquer motivação empreendedora e eficaz. Seus alvos haviam  sido alcançados, as vitórias conquistadas; etapas superadas, ultrapassadas. Sem novas motivações, sentia-se sem razão para continuar vivendo. Então isolou-se. Mas Deus, que nunca desampara aqueles que são Seus, interveio em sua vida, amorosamente: “Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19.9).  
Quantas pessoas estão vivendo em cavernas de frustrações e desânimo, sem vontade de continuar a caminhada, enfrentar riscos! O Senhor se dirige aos solitários e angustiados recomendando-lhes uma tarefa especial, através do envolvimento e preocupação com quem está correndo um risco eterno:  “Salva os que cambaleiam indo para serem mortos!”  Percebeu o remédio divino para cada um de nós? Trabalho, mais trabalho para com aqueles que estão em situação pior que a nossa. 
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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