quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

LEVANTA-TE E GLORIFICA A DEUS!

Em um de seus livros, a jovem tetraplégica, Joni Eareeckson, contou sobre um amigo seu que também havia sofrido acidente semelhante ao seu, ficando na cadeira de rodas. Quando seu amigo demonstrou desejo de suicidar-se, Joni falou-lhe de seu amor por Jesus, e, também, do amor de Jesus por nós. E encerrou sua palavra sobre o assunto com uma frase inesquecível: “Você já pensou na possibilidade de louvar a Deus em sua cadeira de rodas?” De outra feita, Joni escreveu:

_ “Naturalmente, a maneira mais óbvia de Deus empregar o sofrimento para a sua glória é quando milagrosamente o remove. Jesus andou restaurando a vista aos cegos, curando leprosos, ressuscitando mortos e fazendo todo tipo de coisas para aliviar a miséria humana. Por isso, como resultado, “Vendo isto as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus” (Mc 9.8)... Atualmente Deus tem um modo diferente, menos óbvio, mas não menos poderoso, de usar o sofrimento para a sua glória... Por mais estranho que seja, parece que Deus não só permite, mas, às vezes, até faz que seus filhos passem por longos períodos de verdadeiras dificuldades. Não só isso, mas parece que Ele prejudica a sua própria causa, permitindo que tais coisas aconteçam diante dos olhos dos próprios incrédulos que zombam do cristianismo. Nenhum detalhe embaraçoso escapa aos olhos desses zombadores quando escarnecem: “Vejam só como esse Deus que chamam de amoroso trata seus devotos discípulos!” Mas espere. Se continuarmos observando, notamos algo fora do comum. Estes cristãos, aos quais Deus enviou provação encima de provação, recusam-se a queixar-se. Em lugar de sacudir os punhos rebeldes contra o céu, e em lugar de amaldiçoar aquele que permite tal miséria, reagem com louvor ao Criador.

No começo o mundo zomba. “É uma fase passageira”, asseguram. “Esperem um pouco”. Mas, à medida que as provações continuam e os cristãos se recusam a “amaldiçoar a Deus e morrer”, o mundo, que observa, é forçado a engolir suas próprias palavras e finalmente deixa cair o queixo em perplexa incredulidade... Portanto, Deus tem mostrado uma das maneiras mais eficientes pela qual o sofrimento pode proporcionar-lhe glória – um modo que demonstra sua capacidade de sustentar a lealdade do seu povo, mesmo quando passam por dificuldades. Se o cristianismo não nos proporcionasse nada, além de facilidades e conforto, o mundo não aprenderia nada muito impressionante sobre nosso Deus. “Grande coisa”, os homens diriam. “Qualquer um pode obter discípulos, dando-lhes tudo o que desejam”. Mas, quando um cristão demonstra fé e amor ao seu criador, apesar do fato de, aparentemente, ter sido esquecido, é uma coisa impressionante. Mostra aos escarnecedores que nosso Deus é digno de ser servido, mesmo quando as coisas vão mal. Faz que o mundo cético veja que o cristão tem algo real...

Ou estou louca ou há um Deus vivo por trás de tudo isto que é mais que um simples axioma teológico. Ele é pessoal, e opera e se comprova em minha vida. E isto tem feito muitas pessoas pensarem duas vezes sobre Ele. Eu acho que sei o que alguns de vocês que são cristãos estão imaginando a esta altura: “Puxa! Que bom que Deus esteja usando gente como Joni para a sua glória. Mas eu não tenho nenhum defeito físico sério. Minha vida é bastante normal. O que eu posso fazer?” Se você pensa assim, por favor não imagine que suas provações precisam ser traumáticas quanto as minhas para serem de real valor para Deus. Aceitar as pressões quotidianas da vida com um coração cheio de alegria pode produzir o mesmo efeito em escala menor...

Você se lembra como Jó era justo, abençoado por Deus com toda espécie de conforto material? O louvor que dava ao Senhor, desagradava a Satanás. “Ele te serve simplesmente porque o abençoas”, Satanás zombou de Deus. “Se tu lhe tirasses a família e as propriedades ele te amaldiçoaria cara a cara”. Queria dizer o seguinte: “Ele ama tuas bênçãos, não a ti, Deus. Tu não és bastante grande para fazer alguém te seguir por teus próprios méritos”. E por isso Deus permitiu que Satanás provasse Jó. Jó perdeu seu dinheiro, sua saúde e grande parte de sua família. “Amaldiçoa a Deus e morre”, sua esposa insistiu com ele. Mas ele recusou. Com incrível lealdade ele exclamou: “Ainda que me mate nele esperarei” (Jó 13.15). Que testemunho! A declaração constitui alto elogio a Jó, mas muito mais a Deus, que é capaz de inspirar lealdade a seus servos, apesar das mais duras provações. É o equivalente à declaração de Paulo em Filipenses: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fl 3.8). Eu realmente não me incomodo com a inconveniência de estar paralisada, se minha fidelidade a Deus nesta cadeira de rodas for para sua glória...”

E Joni encerrou sua palavra sobre o assunto com uma frase inesquecível: “Já considerou a glória em potencial que sua vida pode dar a Deus se você, em ‘sua cadeira de rodas’, permanecer-lhe fiel”.[1]





--------------------------------------------------------------------------------

[1] Eareckson, Joni e Steve Estes – Um Passo Mais, P. 38, 39, 44, 45 – Ed. Vida

Nenhum comentário: