terça-feira, 16 de dezembro de 2008

DETALHES FUNDAMENTAIS

Quando se preparava para a Copa do Mundo de futebol, em 1993, o Brasil perdeu uma competição (a Copa América). E o técnico naquela oportunidade, Carlos Alberto Parreira, foi muito criticado por sua explicação diante de uma derrota. A Seleção Brasileira estava jogando bem, porém o gol não saía. Então, assim se defendeu Parreira: “A Seleção está jogando certo e bem, o gol é apenas uma questão de detalhe”. O que o técnico não disse é que aquele “detalhe” era fundamental para a vitória. Assim, a Seleção foi eliminada da competição. Apenas por um detalhe... A DERROTA.

A vida, de um modo geral, é marcada, vivida, contada por detalhes... Precisamos entender que há detalhes tão fundamentais para se experimentar a vida vitoriosa em Cristo – A VIDA – como o gol é o detalhe fundamental para a vitória no futebol. Vejamos primeiramente quais foram os detalhes fundamentais que marcaram a vida do pregador, João Batista.
_ “Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama do deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías” (Jo 1.22-23).

Observando o texto bíblico acima, podemos extrair algumas lições, tanto da pergunta dos interlocutores de João como de sua resposta.

1a – João Batista tinha convicção de quem era: A VOZ
A voz! João sabia que ele não era o Elias nem O Profeta, Jesus. Era apenas e tão somente um instrumento nas mãos de Deus. Mais à frente João enfatiza: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

Não podemos ter a pretensão de acharmos que o sucesso de nossa missão será devido à nossa capacidade de comunicação, nossa cultura, nosso modo de falar. Embora saibamos que precisamos desenvolver as nossas habilidades na comunicação, o nosso preparo intelectual, cognitivo; porém, o sucesso de nossa missão não se deve a isso, mas sim unicamente Àquele que nos chamou e nos comissionou para a Sua obra.

Quanto mais nos aproximamos de Deus, da Sua majestade divina, mais percebemos o quão miseráveis e indignos somos. Quando vemos a glória de Deus, através de Cristo Jesus, somos confrontados conosco mesmos. E a constatação de nossa situação de indignos pecadores nos conduzirá, inevitavelmente, à humildade. Só os incrédulos “laudicenses” se orgulham do que pensam ser e ter. Isto porque o Senhor está do lado de fora de suas vidas... Se de fato cremos na soberania de Deus, então precisamos admitir que todos nós somos servos, pobres diante de Deus. Ninguém é superior, justo, imaculado e suficientemente bom para merecer a graça do amor de Deus. Ninguém será salvo se não se humilhar diante dEle. Não nos bastamos a nós mesmos, todos carecemos da graça salvadora de Cristo Jesus.

2a – João Batista sabia qual era a sua missão e qual a mensagem que deveria anunciar: A VOZ QUE CLAMA
A voz que clama! A boca que fala, que prega a palavra a tempo e fora de tempo, quer ouçam quer não queiram ouvir. Através dos séculos Deus tem habilitado a homens e mulheres com muitos e preciosos dons para o exercício do ministério cristão. João Batista é o profeta dos detalhes importantes e fundamentais. Por isso começou pregando sobre os detalhes importantes da vida cristã que estavam sendo menosprezados, esquecidos, postergados.

Precisamos ter cuidado com a tendência de se levar tudo na brincadeira. Nos versos 16 a 19 de Mateus, 11, Jesus critica aquela gente que não se apercebia da vida monótona e insignificante que estavam se contentando... Veio Jesus, e eles simplesmente estavam ocupados demais com seus interesses mesquinhos, pequenos, e também O ridicularizaram. Tudo era motivo para brincadeiras, piadas, gozações. Jesus estava diante de pessoas escarnecedoras, que não percebiam o quanto estavam perdendo por não levarem a sério a Palavra de Deus. Então Jesus lhes apresenta o acerto de contas final, o juízo de Deus.

3a – João Batista sabia qual era, especificamente, o lugar e o povo a quem ele deveria pregar: A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

João Batista foi chamado especificamente para pregar o evangelho naquele deserto, e para lá as pessoas eram atraídas. Poderíamos perguntar: Mas por que João não escolheu um lugar mais estratégico a fim de alcançar um número maior de pessoas? Por que não escolheu um lugar mais aconchegante, mais cômodo, mais agradável, mais propício para acolher as pessoas? Simplesmente porque Deus assim o designara. É certo que Deus precisa de pregadores para os grandes centros, pregadores para falar às pessoas cultas, ricas e às pessoas que pertencem às classes mais altas da sociedade. Contudo, precisamos saber de fato qual é o nosso chamamento, qual é a nossa missão. Será que Deus não quer chamar alguns para falar aos povos miseráveis, nos países mais pobres do mundo? Será que Deus não tem pessoas específicas para falar a alguém nos lugares mais desertos e solitários da terra? E por que esse alguém teria que ser uma pessoa distante do nosso parentesco ou convívio social? E se Ele quiser nos chamar para sermos A VOZ NO DESERTO?

Creio que as palavras de João Batista, respondendo à curiosidade de seus ouvintes, revelam as convicções essenciais, indispensáveis para quem aspira o ministério da pregação do evangelho; são questões fundamentais para o exercício da fé cristã. Louvo a Deus em poder compartilhar isto com os mais jovens, e rogo ao Pai que lhes conceda a graça do discernimento da vontade de Deus para suas vidas e ministérios. De posse dessas convicções, poderão optar com mais segurança por um curso teológico mais longo e acadêmico ou por um mais específico e objetivo, conforme a sua vocação e chamada. E o nosso Deus será grandemente honrado e glorificado no exercício da vocação para a qual o Senhor os designou. Que assim seja.

_ “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (Jd 1:24-25).


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