“Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais
a iniquidade” (Mt 7.23).
Depois
de falar sobre os falsos profetas, procurando
advertir os verdadeiros
crentes sobre os enganadores de
sempre, Jesus passa a
enfatizar as consequências que
eles, e todos quantos vivam
enganados em suas doutrinas,
receberão. Precisamos pensar nos perigos
que corremos quando não
valorizamos os detalhes
fundamentais da vida cristã.
“Senhor, Senhor, não
profetizamos... Expulsamos demônios... não fizemos muitos milagres?” Ou seja, o fato de vivermos uma vida cristã apenas voltada para os interesses da
nossa igreja, ou dos nossos interesses pessoais, a fim de satisfazermos
as obrigações que nos são impostas, para cumprir compromissos e manter a
nossa posição social, não nos garante a
salvação. Deus quer qualidade real, íntima, pessoal, e não apenas nome de fantasia. Deus quer conteúdo
prático, e não teoria e doutrina de entretenimento... Deus quer vida cristã ativa, e não ativismo denominado cristão. Este é o
perigo de sermos envolvidos
na prática da religiosidade sem a fé autêntica.
Jesus não nega a
autenticidade dos milagres efetuados. Eles realmente estarão falando a verdade
no que diz respeito aos seus atos.
Jesus não diz que os seus
milagres foram embustes, ou a algum tipo de mágica. Não diz que eles farão
milagres pelo poder do diabo, ou de forças malignas – “em teu nome”, eles dirão.
Jesus não os desmentirá quanto ao que hão de dizer. Pelo que contrário, eles
realmente farão muitas coisas. Estarão falando a verdade, no que diz respeito
às suas obras. Então, por que serão rejeitados?
Precisamos considerar
com seriedade sobre os perigos do
autoengano do modernismo
religioso. Como escreveu M. L. Jones: “A pessoa mais perigosa de todas é aquela
que não enfatiza a coisa certa”. São
pessoas que estão mais preocupadas em agradar e arrebanhar o maior número possível de pessoas. Ainda que
para isso usem de artifícios mundanos e
enganosos para “segurá-los” em seus redis, ainda que desagradando o Senhor da
Igreja.
O que não se diz é
que o sentimento popular, conforme o próprio Senhor diz, é mal, depravado, que
só busca os seus interesses pessoais imediatos, mesquinhos e carnais. Esse é o verdadeiro sentimento do
coração do pecador.
Nossa prática religiosa precisa ser confrontada com o padrão divino, sempre. Conforme as palavras de Jesus, muitos vão
querer apresentar uma série de fatos positivos realizados
(obras de caridade e obras religiosas), desconsiderando-se o essencial. Porém, o que Jesus diz sobre
esses é algo tremendamente aterrador: “Então, lhes direi explicitamente: nunca
vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).
Ainda que a
lista dos pontos positivos seja extensa e brilhante, se não dermos
crédito à observância dos
preceitos realmente cristãos, ao
fato de que a salvação é por obra e
graça de Cristo somente, corremos um
risco eterno...
Vanderlei Faria
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