quarta-feira, 8 de maio de 2013

O PERIGO DO AUTOENGANO (2)


“Então lhes direi explicitamente: Nunca vos  conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).  

 

Depois  de falar  sobre os  falsos profetas,  procurando   advertir  os verdadeiros crentes  sobre  os enganadores   de  sempre, Jesus  passa a enfatizar  as consequências  que  eles, e todos  quantos  vivam   enganados em  suas  doutrinas,  receberão. Precisamos  pensar  nos perigos  que corremos quando  não valorizamos os detalhes  fundamentais  da vida cristã.

 

“Senhor, Senhor, não profetizamos... Expulsamos demônios... não fizemos  muitos milagres?” Ou seja, o fato de vivermos uma vida  cristã apenas voltada para os interesses da nossa igreja, ou dos nossos interesses pessoais, a fim de  satisfazermos  as obrigações que nos são impostas, para cumprir compromissos e manter a nossa  posição social, não nos garante a salvação. Deus quer qualidade real, íntima, pessoal, e não apenas  nome de fantasia. Deus quer conteúdo prático, e não teoria e doutrina de entretenimento... Deus  quer vida cristã ativa, e não  ativismo denominado cristão. Este é o perigo  de sermos  envolvidos   na prática da religiosidade sem a fé autêntica.

 

Jesus não nega a autenticidade dos milagres efetuados. Eles realmente estarão falando a verdade no que diz respeito aos seus atos.  Jesus  não diz que os seus milagres foram embustes, ou a algum tipo de mágica. Não diz que eles farão milagres pelo poder do diabo, ou de forças malignas – “em teu nome”, eles dirão. Jesus não os desmentirá quanto ao que hão de dizer. Pelo que contrário, eles realmente farão muitas coisas. Estarão falando a verdade, no que diz respeito às suas obras. Então, por que serão rejeitados?

 

Precisamos considerar com seriedade sobre os perigos do  autoengano do  modernismo religioso. Como escreveu M. L. Jones: “A pessoa mais perigosa de todas é aquela que não enfatiza a coisa certa”.  São pessoas que estão mais preocupadas em agradar e arrebanhar  o maior número possível de pessoas. Ainda que para isso usem de artifícios  mundanos e enganosos para “segurá-los” em seus redis, ainda que desagradando o Senhor da Igreja.

O que não se diz é que o sentimento popular, conforme o próprio Senhor diz, é mal, depravado, que só busca os seus interesses pessoais imediatos, mesquinhos e  carnais. Esse é o verdadeiro sentimento do coração  do pecador.

 

Nossa prática  religiosa precisa ser confrontada  com o padrão divino, sempre.  Conforme as palavras de Jesus, muitos vão querer  apresentar uma série  de fatos positivos  realizados  (obras de caridade e obras religiosas), desconsiderando-se  o essencial. Porém, o que Jesus diz sobre esses é algo tremendamente aterrador: “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).

 

Ainda que a lista  dos pontos positivos  seja extensa e brilhante, se não dermos crédito à  observância  dos  preceitos  realmente cristãos, ao fato de que a salvação é  por obra e graça de Cristo somente, corremos  um risco eterno...

 

Vanderlei Faria

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