No atual governo Lula, já  tivemos  três tipos de apagões  e estamos diante de um terceiro. O primeiro foi o apagão da energia elétrica. No início do seu primeiro mandato houve  uma intensa campanha no sentido de se economizar ao máximo no consumo energia. Todos nós, de um modo geral,  nos empenhamos para atender à solicitação governamental, principalmente pelos incentivos  que foram oferecidos para quem fizesse algum tipo de economia.   Assim nos engajamos num autentico mutirão nacional para economizar energia elétrica, possibilitando, assim, a continuidade do fornecimento de energia e impedindo que houvesse o tão temido apagão elétrico.
Em segundo lugar, houve o apagão aéreo. Este começou com a queda do avião da Gol, no ano de 2006, e continuou até o final do ano seguinte. Tendo se acentuado mais ainda com o acidente ocorrido em julho/07, com o Aerbus da Tam, em Cumbica, SP. Houve um período  prolongado de caos aéreo desde então. As pessoas tinham que dormir no chão dos aeroportos. Não havia informações precisas sobre  horários e cancelamentos de vôos. Foi terrível! 
O governo teve que se mexer, que se mobilizar no sentido de minimizar os problemas. Enfim, houve uma concentração  de esforços para acalmar as pessoas. E gradativamente as coisas  foram se  ajustando. Mas não sem muito sofrimento de pessoas anônimas, e muitas perdas irreparáveis de vidas  humanas. Somente no início de 2008 conseguimos superar também a esse apagão; isto  porque “somos brasileiros e não desistimos nunca!”
Em terceiro lugar, houve e continuamos em pleno apagão moral e espiritual.
Desde o meado do primeiro mandato de Lula até sempre, estamos, a cada dia,  sendo surpreendidos pelos escândalos  proporcionados pelos políticos, especialmente daqueles que compõem a bancada governista. Esse foi o apagão moral; e, ao que tudo indica, é permanente, histórico.
Na verdade, já não nos surpreendemos mais, apenas somos diariamente informados de novas falcatruas e desvios de verbas públicas da parte de gente que foi eleita justamente para cuidar e zelar pelo bem público. Uma verdadeira vergonha nacional. Enquanto centenas e  milhares de brasileiros morrem nas filas e nas enfermarias hospitalares devido ao descaso, ao desmando e à corrupção do dinheiro público; enquanto alguns se locupletam de forma vergonhosa e descarada na opulência e esbanjamento.
Esse apagão moral é, como eles mesmos dizem, endêmico, histórico; faz parte  de nossa cultura, desde o Brasil Império. Na verdade, a raiz desse apagão é bem mais  antiga, está no Éden, desde Adão. Está  no coração humano não regenerado, como escreveu Jeremias:
_ “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?   Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações” (Jr 17. 9-10).
Agora (10/11/09), tivemos mais um apagão de energia elétrica, o qual causou grandes   transtornos e um prejuízo incalculável em várias  cidades de nosso país. Contudo, a Bíblia nos fala de um apagão mais trágico para o ser humano: O apagão espiritual, a treva eterna:
_ “Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que ele faça vir as trevas, e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão” (Jr 13.16).
Este apagão é o que poderíamos dizer como aquela personagem da novela: É A TREVA!
Esse apagão só tem fim na vida humana pela graça de Cristo. Não há  esperança na troca de governo, na reforma política, nem nas reformas das instituições, com propagandas bem elaboradas, nem com a educação, etc. Não há como mudar essa situação através dos esforços humanos: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13.23).
Só através do poder do Espírito Santo, regenerando e transformando vidas, a começar dos pastores, lideres e demais membros de igrejas, poderemos  nos livrar desse maldito apagão moral brasileiro. Esse apagão só será erradicado de forma acentuada e eficaz com um avivamento espiritual de norte a sul de nossa pátria. E isso precisa começar conosco, o povo de Deus, os cristãos verdadeiros.
Precisamos começar nos lembrando do desafio que Jesus nos confiou:  “Vós sois a luz do mundo” ([1]). Que tremenda responsabilidade, considerando-se que estas palavras refletem outra afirmativa de Jesus: “Eu sou a luz do mundo; quem, me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz  da vida” ([2])!
Quando Jesus diz que somos  a luz do mundo, compara-nos a verdadeiros espelhos  luminosos, refletindo a Sua própria imagem. E a transparência deve ser  tão  perfeita que os mensageiros sejam  identificados perfeitamente com a Fonte da verdadeira Luz, o Senhor Jesus Cristo. Somos, assim, luz que resplandece a Luz. 
Se não  houver a manifestação da luz através de nós, os luzeiros, o mundo torna-se tenebroso. Você já imaginou o que seria deste mundo sem a presença e atuação do evangelho de Cristo? Seria o caos, um verdadeiro inferno na terra, A TREVA!
Em Mt 5.13-16, Jesus se referiu à possibilidade de  um viver aparente, fora  do propósito para o qual fomos chamados. Assim como o sal que  perdeu sua  utilidade em salgar, dar sabor, influenciar. Ou como  a luz que foi escondida de maneira a não clarear o caminho, brilhar; assim os crentes nominais. Ainda que conceituados, são vidas inúteis, desprovidas de sentido, sem atingir o propósito de Deus em Cristo Jesus: viver para Ele, por Ele e nEle ([3]).
Em  Mt 6.22-23, Jesus faz  esta exortação: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá  luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será  tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!”  Agostinho acrescenta: “Quão grande é a cegueira dos homens que até da cegueira se gloriam!”  ([4]).   
Ou seja, nossas vidas precisam refletir a Verdadeira Luz, que é o Senhor Jesus. Caso contrário, além de não cumprir o propósito para o qual vivemos, ainda propagamos, com mais intensidade, as densas e tenebrosas  trevas: “Se portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” 
Ao deixarmos de transmitir a luz do evangelho, não ficamos  simplesmente apagados. Mas o desânimo, a frieza espiritual e a falta de obediência à Palavra, têm efeito  contagiante e desabonador. Leva-nos a viver como se estivéssemos pregando um outro evangelho: o evangelho do fracasso, da discórdia, da infidelidade, da insegurança e da incredulidade.
Lucas procura destacar ainda esta exortação do Senhor: “Ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em lugar escondido, nem debaixo do alqueire, mas no velador, a fim de que os que entram vejam a luz.  São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.  Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.  Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas, será todo resplandecente como a candeia quando te ilumina em plena luz” ([5]).
Não espere que chegue o caos total em sua vida, em sua família, em sua cidade ou sociedade, para agir, reagir e apresentar sua parcela de  contribuição. Antes que seja tarde demais para reações positivas; antes que venha um apagão em sua vida, a treva definitiva e eterna, quando a morte selar definitivamente sua sorte, glorifique ao Senhor!
_ “Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que ele faça vir as trevas, e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão” (Jr 13.16). Amém.
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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[1] Mt 5.14
[2] Jo 8.12
[3] Rm 11.36
[4] Agostinho, Santo – CONFISSÕES – Livraria Apostolado da Imprensa, p.73
[5] Lc 11:33-36
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