Mt 16.21-28 nos apresenta uma  situação em que  o Senhor Jesus expulsa o espírito da  Teologia da Prosperidade, ou hedonismo cristão. O Senhor acabara de compartilhar com Seus discípulos o que o Pai havia  determinado para  se cumprir em Sua vida. Tudo estava  predestinado de acordo com a  soberana vontade de Deus. E ninguém poderia alterar os fatos previamente conhecidos do Pai. Diante do Filho  de Deus restava apenas a condição de obedecer e confiar na  provisão do Pai ou rebelar-Se egoisticamente. Ele entregou-Se à morte de cruz, submetendo-Se à condição de condenado e transgressor,  para nos resgatar da escravidão do pecado e  para a glória do Pai. Para o mundo, para a filosofia hedonista materialista (que busca acima de tudo o prazer), e para  todos os adeptos da teologia da prosperidade,  era uma  atitude completamente absurda e fora de propósito.
Pedro, inspirado por Satanás, como  o próprio Senhor deixou claro, apelou para o sentimentalismo, autoestima, orgulho humano e autocomiseração: “Tem compaixão de ti, Senhor!” Se o Senhor  Se compadecesse  de Si mesmo a ponto de  negar-Se a cumprir a vontade do Pai, estaria deixando de compadecer-Se de toda a humanidade caída no pecado para  livrar  a Sua  própria pele. Seria a vitória da  prosperidade pessoal em detrimento da misericórdia e do amor  para com a raça humana perdida e condenada eternamente. E todos nós estaríamos definitivamente condenados à morte eterna no inferno. E a nossa derrota eterna seria  consumada na vida de Jesus. Mas, “Graças a Deus que nos dá  a vitória por intermédio de  nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.57). “...o qual foi  entregue  por causa  das nossas transgressões  e  ressuscitou  por causa  da nossa justificação” (Rm 4.25).
Glória a Deus porque nosso Senhor submeteu-Se ao que  Lhe estava  predestinado. Ele não permitiu que Satanás O dissuadisse  de Sua missão redentora! E quanto a nós? Qual tem sido nossa atitude diante do sofrimento e das sombras da morte? Sentimo-nos apavorados e com  autocompaixão? Buscamos  a Deus para nos  livrar do sofrimento e  da morte, sem considerarmos a possibilidade de que a  vontade determinada  e predestinada para cada um de nós por Deus possa ser passar por tais aflições a fim de que  o Senhor seja glorificado em nós e através  de nossas vidas?! Como o próprio Pedro haveria de glorificar a Deus em sua  morte: “Disse  isto para significar  com que  gênero de  morte Pedro havia  de glorificar  a Deus” (Jo 21.19).
Ora, se  o tipo de morte que  Pedro haveria de glorificar a Deus estava determinada por Deus, por que  a nossa morte, com os sofrimentos inerentes  a ela, não estaria predeterminada  também? Por ventura, podemos fugir da soberania de Deus? Qual é  a nossa  reação diante  do sofrimento? Queremos que o Senhor seja  glorificado em tudo que nos aconteça ou preferimos seguir os conselhos  da  chamada teologia da prosperidade, ou da  comodidade?
É claro que  isto não significa  que vamos  agir como  masoquistas, buscando o sofrimento. Nem que  devamos  recusar o socorro, ajuda  e orientação médica no sentido de   viabilizar uma cura. E muito menos que devamos desprezar e negligenciar a oração da fé em favor de nossa cura ou da cura de algum dos nossos  entes queridos. Porém, não podemos nos esquecer de que acima de tudo está  a vontade  soberana de Deus. Como o Senhor Jesus deu o exemplo: “Meu Pai, se não é  possível passar  de mim  este cálice sem  que eu o beba, faça-se a tua  vontade” (Mt 26.42b).
Esta também precisa  ser  a  atitude daquele  que se diz  discípulo e seguidor do divino Mestre. O que passa disso tem que  ser expulso em nome  de Jesus: “Arreda, Satanás!”
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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Um comentário:
Pastor Vanderlei, que benção essa palavra!
Abençoou muito a minha vida, esse blog é uma benção.Deus continue abençoando a sua vida.
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