sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR

_ "Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo: alegrai-vos” (Fl 4.4).

Quem as proferiu estava, como tantos hoje em dia, com motivos sobejos de não só estar triste e choroso, mas, também, revoltado e odiando a tudo e a todos por uma reclusão injusta e desumana. Não fora a graça de Cristo, e sua plena intimidade com o Senhor ressurreto, este prisioneiro também teria se desmanchado em lamentações e lágrimas, com o sentimento ferido por achar-se abandonado naquele cárcere sujo e frio. E, na verdade, suas palavras em nada se assemelham com a irresponsabilidade e leviandade de um político que não sabe o que é padecer as agruras de um sentimento de impotência diante dos descasos das autoridades constituídas.

Quando ele disse "alegrai-vos no Senhor", era porque, ainda que a friagem do cárcere, a fome e as dores causadas pelas chicotadas recebidas lhe provocassem desconforto e sofrimento; ainda que a escuridão de sua cela fria tirasse seu humor; ainda que injustiçado e incompreendido; ainda que sem dinheiro e faminto; ainda que a morte se lhe mostrasse tão próxima; ainda assim, havia paz reinante em seu coração ferido e alegria transbordante exalando em sua face como perfume suave ao Senhor.

Você que chora pelos seus inúmeros e justos motivos pessoais; enxugue seus olhos um pouco, voltando-se mais uma vez a pensar no encorajamento de quem sentia tanto quanto, ou muito mais do que você possa imaginar: "Alegrai-vos sempre, no Senhor!"

Não é alegria do hipócrita que apenas tenta vender uma boa imagem de seu produto (no caso, de sua religião). Não é alegria do budista para quem a vida não tem sentido, nem mesmo razão para se chorar; para quem busca o "nirvana", ou o não sentir... Nem tão pouco é a alegria do otimista debilóide que atribui tudo ao acaso, e que um dia a sorte ou o destino trará a paz de volta... A paz e alegria proclamadas por esse solitário prisioneiro faz parte da experiência de vida de todos quantos tiveram uma experiência real e profunda com o Senhor, Autor e Consumar da fé. Como Maria Madalena, depois que disse "Vi o Senhor!"

Jesus era a sua maior alegria, a razão de sua vida. Nada mais tinha tanto valor a ponto de causar-lhe abatimento e tirar-lhe a paz de espírito. Jesus era a única razão de sua existência; o resto, era resto tão somente. Não poderia mais ficar calada e rabugenta no seu canto. Teria que sair cantando e contando em alto e bom som que ele vive e reina para sempre!

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

Nenhum comentário: