"Ouvi e atentai, não vos ensoberbeçais porque o Senhor falou" (Jr 13.15).
Ou seja, diante  de vocês  está  quem é digno de toda honra, toda atenção, toda reverência. A palavra ouvida ali  no monte se assemelha à que fora proferida por Jeremias, muitos anos atrás, o qual interpretou assim as palavras do Senhor.
A Ele ouvi! Isto significa mais do que simplesmente escutar atenciosamente. É assimilar o que  foi dito, procurar obedecer incondicionalmente. É dar-lhe  todo crédito. É estar com toda a sensibilidade aguçada para captar "todo o conselho de Deus". É estar completamente disposto e submisso a seguir na íntegra todo o ensinamento  proferido  por Ele, sem a presunção e pretensão  de querer acrescentar, alterar ou ajustar às Suas  palavras nossos interesses pessoais, particulares. É aceitar Suas correções, exortações e ensinos, mesmo  que para tanto  eu tenha  que  pagar um alto preço para suportar e digerir  tais orientações.
“A Ele ouvi”, implica, portanto,  numa entrega absoluta, completa, confiando  na direção que Ele está  propondo.
O texto prossegue dizendo (v.36) que depois  de ouvirem  a inconfundível voz de Deus, os discípulos passaram vários dias sem comentar o assunto. Eles precisavam de tempo para se refazer do impacto que tudo aquilo lhes causara. Não podiam  ser levianos a ponto de saírem   falando qualquer coisa que lhes viesse à cabeça. Eles precisavam "deixar cair a ficha", “abaixar a poeira”; enfim, assimilar suficientemente o que haviam experimentado de sobrenatural. Não poderiam expressar uma experiência  celestial sem a expressa autorização e poder vindos da própria fonte de onde receberam tal bênção. Creio mesmo que  eles só conseguiram relatar os fatos ali ocorridos depois  do Pentecostes. Creio que as palavras "eles se calaram..." (v.36), se  estendem até  o Pentecoste. Até então não havia clareza suficiente em suas mentes e corações para interpretarem  os sentimentos  e emoções ali experimentados com suficiente lucidez. 
Também  nós, só conseguimos entender e vivenciar plenamente uma visão celestial, uma experiência profunda e marcante com Deus, quando somos iluminados e revestidos do Espírito Santo. A mensagem  do evangelho que anunciamos é "a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculto" (1 Co 2.7). Não podemos  entender e  proclamar essa sabedoria simplesmente absorvendo a cultura humana, secular, mas, sim, através do Espírito Santo.
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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