quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CONSIDERAÇÕES SOBRE A III CONFERÊNCIA WH BRASIL, EM PENEDO, RJ

Entre os dias 12 e 14 de agosto de 2008, em Penedo, RJ, a WH Brasil reuniu a sua diretoria, seus missionários, pastores e líderes de lideres de igrejas para conversarem sobre missões. Como em Juiz de Fora (2007), foi uma experiência singular. Ouvimos preleções no Neil Rees, presidente da WH Internacional, Carlos Nomoto, diretor da WH Brasil e Fred, pastor dos missionários latinos. Todos foram usados por Deus para nos ministrarem acerca da nossa responsabilidade de enviar, sustentar e cuidar no dia a dia da vida dos obreiros, considerando os aspectos físicos, emocionais e espirituais daqueles que estão no front.

Fomos desafiados pelo Nomoto a questionarmos o modelo que temos usado e a quebrarmos paradigmas à luz da Palavra. As abordagens foram feitas no sentido de focarmos o evangelho integral em sintonia com a tese bíblica de Lausanne II, em Manila, Filipinas): ‘A Igreja toda, proclamando o evangelho todo ao mundo todo’. Não é possível pregarmos a Palavra de Deus fazendo um ‘reducionismo espiritual’ do homem sem Cristo. O Senhor Jesus deixou claro: “Dai-lhes vós de comer”. Também, a necessidade de nos aproximarmos mais da igreja local. Valorizarmos as respostas positivas aos apelos missionários que têm acontecido em alguns lugares, mas principalmente no Estado do Rio de Janeiro.

O pastor Neil nos ministrou sobre o crescimento da igreja no chamado terceiro mundo e o envio de missionários por parte deste bloco que, antes, recebia missionários da Europa e dos Estados Unidos. Países como Índia, Coréia, Etiópia e Brasil, estão comissionando milhares de missionários para pregarem o evangelho de Cristo às nações. Sabemos que estamos fazendo ainda muito pouco em vista do potencial do povo de Deus. Neil deixou claro que fomos abençoados para abençoarmos os povos com a mensagem do evangelho da graça. Não podemos perder tempo. Precisamos avançar com a dependência de Deus, determinação e entusiasmo, sabendo que a nossa luta é espiritual.
À luz dessa conferência, aprendi algumas lições e gostaria de dar algumas sugestões:
1. Que somos responsáveis por orarmos, trabalharmos e investirmos em missões a partir de um amor muito grande pelo Senhor e pelo próximo.
2. Criarmos movimentos de oração durante 24 horas através das agendas e agentes de oração. Desafiarmos as igrejas a orarem especificamente pela janela 10/40. Prepararmos obreiros de oração pelos povos e que estejam estrategicamente trabalhando nas igrejas com este ministério.
3. Investirmos de forma ostensiva na liderança missionária. Pastores e leigos que promovam missões em suas comunidades. Estabelecermos promotores de missões nas igrejas. Promovermos retiros com estes promotores. Desafiarmos as mulheres a se engajarem neste projeto.
4. Criarmos mecanismos de compromisso de profissionais liberais que estejam dispostos a irem aos campos por um tempo, utilizando sua profissão. Uma agência de emprego que arregimente profissionais com fluência em inglês e na língua do país onde desejam trabalhar, ganhando o seu sustento dignamente, testemunhando assim de Cristo.
5. Investirmos em obreiros autóctones (nacionais), dando condições a eles de dedicação ao ministério de evangelização.
6. Desafiarmos as igrejas a investirem em projetos sociais com o objetivo evangelístico: creches, orfanatos, plantação de hortas comunitárias, escolas, pequenas clinicas de saúde, perfuração de poços artesianos, etc.
7. Fazermos parcerias com outras agências missionárias comprometidas com o evangelho bíblico, o evangelho integral.
8. Desenvolvermos literatura infantil com enfoque missionário para formação da consciência missionária. Podemos promover ACAMPAMENTOS MISSIONÁRIOS para despertamento de vocações.

Como disse alguém sabiamente: “Deus não chamou homens extraordinários para um trabalho comum, mas homens comuns para um trabalho extraordinário”. Como precisamos cumprir a missão que o Senhor deixou para nós, Seus filhos! Pela compaixão de Deus, não vamos transformar a Grande Comissão (Mt 28.18-20) na Grande Omissão. Se temos o privilégio de estarmos em Cristo, então vamos falar dEle ao mundo com profundo amor.
Essa conferência nos leva a refletir o quanto temos falhado na missão que recebemos. Não podemos, como nos ensinou Nomoto, ficar teorizando. Precisamos partir para uma prática mais efetiva e eficiente. Não podemos romantizar missões. Não é um trabalho para amadores, mas para profissionais no sentido de fazer muito bem feito. Não temos o direito de ficarmos ‘experimentando’ se vai dar certo ou não. É mister que sigamos as diretrizes do Senhor Jesus na Sua Palavra. O Senhor deixou a Sua ordem e devemos obedecê-la, pois é melhor obedecer do que sacrificar.

Precisamos ser pessoas mais intrépidas e ousadas. Não há lugar para os tímidos na obra missionária. Não há lugar para os arrogantes na tarefa de proclamar Cristo às nações. Não há lugar para a falta de fé no Reino de Deus. O segredo da missão é fazermos missões com líderes cada vez mais comprometidos com o binômio Palavra-oração. Hudson Taylor disse: “A obra de Deus, feita à maneira de Deus tem o sustento de Deus”. Carey dizia: “Empreendei grandes coisas para Deus. Esperai grandes coisas de Deus”. Estes homens estavam falando de algo que eles viviam. O evangelho nos maiores países do mundo – Índia e China – cresceu por causa da ação de Deus por intermédio desses homens tão comuns, mas que realizaram uma obra extraordinária para a Glória de Deus. Sejamos também assim. Não fujamos da simplicidade que há em Cristo Jesus`` (Oswaldo Luiz Gomes Jacob – Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa, RJ).

Amém, digo eu! Não há nada a acrescentar nessa palavra tão desafiadora e objetiva do meu amado colega e pastor. Que Deus nos ajude a colocar em prática tudo isso, para a glória do Senhor e para a nossa alegria.
Pr. Vanderlei Faria

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