quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Corações E Corações

´´Corações abertos e que confiam, geralmente são mais machucados que os corações fechados. Um coração sensível que se abre para concordar, para compartilhar, para buscar amor e compreensão, que resolve acreditar e investir, em geral é o mais fácil de ser partido. Mas, há também corações fechados. Estes, geralmente, não confiam, são corações discordantes, que não aceitam autoridade, que não aceitam correr riscos, são ingratos, avaros, excludentes e insensíveis.

Por não reconhecerem suas deformações não se deixam tratar. Corações assim raramente se partem. Mas a sua dureza machuca os outros. Eles saem ferindo, atropelando e provocando divisão entre as almas sensíveis que tocam suas vidas. Estes são os que acham que todos deveriam ser como eles são. Eles não aceitam se ajustar aos outros; ao contrário, os outros – assim eles pensam – é que devem se ajustar a eles. Eles não sabem chorar. Corações duros não gostam de lágrimas. Quando choram, o fazem por si mesmos. Detestam se comprometer com os outros. Sentem-se incomodados e rejeitam quando alguém lhes pede para compartilhar seu próprio coração.

Corações duros e machucados tornam a sua própria existência triste e sem sentido. As angústias existenciais nascem na dureza dos corações que não se abrem para Deus e para os outros. Que não estão dispostos a amar e serem amados. Precisamos pedir a Deus para que tenhamos corações quebrantados e sensíveis. Que estão dispostos a perdoar antes que julgar, a amar antes que odiar, que estão abertos ao diálogo antes que às discórdias. Precisamos pedir a Deus para que tenhamos corações como o do Senhor Jesus, que sente a dor do outro, e que por isso mesmo pode ajudá-lo.

Precisamos de corações dóceis para que possamos extirpar o azedo e o jiló que amarga as relações entre esposo e esposa, entre pais e filhos, entre patrões e empregados, entre pastor e rebanho, entre amigos, entre colegas... Precisamos de corações quebrados, contritos e compungidos. De corações abertos a Deus, à comunhão com o Senhor dos céus e da terra, que se dá através da oração e da leitura da Bíblia. Leitura da Bíblia com o coração amargo nos faz radicais, legalistas, moralistas, fundamentalistas... Não! Precisamos de um coração dócil até para orar e ler a Bíblia. De corações dóceis para que não tenhamos ‘dó’ de um mundo em pecado e viremos as costas, esquecendo-nos de nossa responsabilidade cristã. Corações dóceis falam do amor de Jesus, que cura as feridas, que traz vida e enche os outros corações de paz, salvação e alegria. Mas não apenas isto! Precisamos de corações quebrantados para não fazermos ‘vista grossa’ às vítimas da exclusão social, da miséria e da pobreza que cada dia mais abarca um maior números de corações nesta nossa cidade, estado, país e mundo.

A dureza da vida também pode tornar os corações endurecidos e machucados. Por isso a responsabilidade da Igreja é levar o amor de Jesus aos corações, para que sejam quebrantados no seu ódio, iniqüidade, pecado e falta de sentido, e que sejam assim refeitos, reconstruídos sob o fundamento do amor, da justiça, do perdão e da alegria pela vida. Somente corações dóceis e quebrantados, e refeitos pela graça de Jesus, é que se alimentam da esperança e, assim, vencem o desânimo provocado pelas forças do pecado e da morte.

_ “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando a procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo” (Salmos, 131.1 e 2).

Nós precisamos de um coração dócil. Todos os dias precisamos pedir que a doçura do olhar de nosso Jesus invada o nosso ser e nos traga um coração mais parecido com o d’Ele. Ó Senhor, concede-nos ter um coração igualzinho ao Teu!” (Mensagem enviada por Andréa Acilla).

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