terça-feira, 25 de dezembro de 2012

MEU NATAL INESQUECÍVEL



 

O texto de  Lucas 2:8-21  faz-me lembrar de um Natal de minha infância; o que poderia chamar de  Meu Natal Inesquecível. Eu tinha cerca de nove anos apenas. Nossa família, apesar de pobre, era unida, alegre e bem equilibrada de um modo geral. Meu pai era  agricultor; um pequeno sitiante que saíra da cidade grande (Volta Redonda, RJ), fugindo da poluição e da agitação comercial. Meus irmãos e eu (cinco até então) pouco fazíamos para ajudar na manutenção  da casa. Minha mãe, ao contrário,  trabalhava duro lavando roupas para  ajudar no suprimento do orçamento doméstico. 
 
Naquela noite de Natal haveria, como de costume, a programação festiva em nossa casa, onde  se reunia a congregação da Igreja. Enquanto aguardávamos o início do culto especial de Natal, um coleguinha pôs-se a choramingar e resmungar ao meu lado.

Procurei saber o motivo do seu descontentamento. E ele então começou  a maldizer suas botas novas, por estarem apertando seus pés. Com toda humildade própria de uma criança, perguntei-lhe: "Quer trocar com os meus sapatos? Eles não machucam!" Imediatamente ele parou de chorar. Enxugou as lágrimas, e, verificando as péssimas condições das minhas sandálias (Alpargatas Rodas), velhas, rasgadas, furadas e desfiguradas, disse-me sem pestanejar: "Não precisa, já parou de doer!" Desde então, muitos natais já se passaram, porém, não posso esquecer daquele Natal de minha infância.  Sempre que sou tentado a lamentar e angustiar-me, devido aos "sapatos velhos" que a vida me proporciona, lembro-me daquele inesquecível Natal. 

 

Naquele Natal de minha infância, apesar dos meus sapatos velhos, rotos, eu era feliz; sentia-me feliz. Estava envolvido, impregnado do  verdadeiro sentimento natalino: paz no coração e alegria na alma! Havia entre nós uma preocupação maior e mais vibrante do que comer,  beber e vestir roupas novas: Jesus Cristo, Paz na Terra entre os homens que de boa vontade O recebem em seus corações. Eu queria saber, conhecer melhor a fascinante história do  Menino pobre  que se tornara  Rei dos reis. Queria saber o significado mais profundo de toda aquela linda história. E, mais ainda, o que isso tudo tinha a ver  com todos os meninos pobres e rejeitados de minha terra.

Inesquecível  Natal! Faz-me pensar e considerar que  preciso continuar lutando, e crendo sempre. Preciso enfrentar a vida. Lutar muito, continuar a caminhada, sabendo que não estou sozinho. Jamais estarei só. Porque Jesus, o Rei  dos reis, o Filho do Deus Altíssimo está comigo, sempre e eternamente. Ainda que venham as tempestades e calamidades, Ele comigo estará, sempre. Posso confiar em Suas palavras: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós" (Jo 14.18).
 
Hoje, aquela cena inesquecível  de minha infância faz-me compreender melhor a grande e  preciosa experiência dos pastores de Belém.
 
 Sem dúvida alguma, a mensagem  do nascimento do Filho de Deus na  Terra, estaria para sempre impregnada indelevelmente naqueles corações humildes  e cansados: Jesus nascera em Belém, e eles haveriam de ser as primeiras testemunhas oculares do maior milagre  ocorrido no mundo: Deus na Terra, paz conosco!
 
 
Agora posso entender o verdadeiro sentido do Natal de Jesus: É a verdadeira vida abundante,  para todos quantos nEle crêem. Aprendi, então, que  Natal é Paz real.  É sentir paz mesmo! E que isso não quer dizer apenas ausência dos problemas externos. É  não temer o presente de secas e enchentes, geadas, furacões ou vendavais. Não temer o futuro certo ou incerto. Não temer a morte e a eternidade. E isso sim é que significa VIDA MAGISTRAL! É  viver em paz aqui na Terra e continuar em paz  para a eternidade. Amém.

 

Pr. Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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