Deitando as Armas
A arena da tentação normalmente é
território inimigo. Não quero dizer com isso que ser tentado é a mesma coisa
que pecar – este é mais um dos enganos de Satanás. O que estou afirmando aqui é
que somos levados a expurgar o mal das esferas de nossa experiência subjetiva.
Este terreno não é neutro, pois somos criaturas caídas que possuem uma
compreensão limitada, como Satanás sabe bem. Neste contexto, até mesmo nossas
melhores armas (humanamente falando) podem nos levar à derrota. Considere, por
exemplo, as “armas” da sabedoria, da experiência e dos sentimentos:
Sua Sabedoria – Ela
funciona muito esporadicamente, na melhor das hipóteses, pois a natureza do mal
é enganar com um pouco de verdade – não toda a verdade, mas uma parte suficiente
para nos deixar em dúvidas. Adão e Eva não eram mais propensos a sucumbir à
tentação do que nós somos hoje. A verdade é que eles, ao contrário de nós, eram
perfeitos em todos os aspectos e nenhuma de suas necessidades deixou de ser
atendida. Satanás abordou a raça humana no ponto mais alto de sua promessa e de
seu desempenho – e nos destruiu com uma simples conversa amigável.
É por isso que, como Jabez,
devemos orar pedindo proteção contra o engano:
Senhor,
afasta-me de cometer os erros nos quais estou mais propenso no momento em que
chega a tentação. Confesso que aquilo que julgo ser necessário, inteligente ou
pessoalmente benéfico, em geral é apenas um belo disfarce para o pecado. Assim,
peço-te que me preserves do mal.
Sua Experiência – Quanto
mais penetramos em novos territórios para Cristo, menos nossos flancos estão
protegidos contra os ataques de Satanás. Alguém já disse: “O perigo não está em
colocar à beira do precipício, mas em estar desatento”. Uma pequena tolerância
ao orgulho ou à confiança em si mesmo pode trazer um desastre. A mais profunda
tristeza que constatei na vida de outros cristãos está entre aqueles que
experimentam enormes bênçãos, alargaram suas fronteiras, receberam poder... E
caíram em sérios pecados.
Tal como Jabez, devemos orar
pedindo que sejamos poupados dos julgamentos errados:
Senhor,
afasta-me da dor e da tristeza que o pecado traz. Coloca uma barreira diante
dos perigos que eu não posso ver e daqueles que eu acho que posso enfrentar
devido a minha experiência (ou orgulho ou falta de cuidado). Protege-me,
Senhor, com o teu poder!
Seus Sentimentos – Será
que compreendemos mesmo quanto nossos sonhos humanos estão longe do sonho que
Deus tem para nós? Estamos imersos numa cultura que valoriza a liberdade, a
independência, os direitos pessoais e a busca pelo prazer.
Respeitamos as
pessoas que se sacrificam para conseguir aquilo que querem. Mas e quanto a ser
um sacrifício vivo? A negar-se a si mesmo?
Do mesmo modo como Jabez orou,
devemos pedir que sejamos afastados daquilo que nos parece correto, mas que na
realidade está errado:
Senhor,
afasta-me das tentações que apelam às minhas emoções e às minhas necessidades
físicas, daquelas que penso (equivocadamente) que mereço, ou que tenho o
direito de desfrutar. Tu és a fonte de tudo aquilo que é verdadeiramente vivo,
e por isso, peço-te que dirijas os meus passos para longe de tudo o que não vem
de ti.
Estes são pedidos de libertação
que nosso Pai tem prazer em ouvir – e responder.
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