“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Aqui vemos a grande e primária necessidade do homem.
A primeira lição importante que todos precisam aprender é que
somos pecadores, e como tais, inaptos para a presença de um Deus Santo. É em
vão que escolhemos nobres ideais, adotamos boas resoluções, e aceitamos
excelentes regras pelas quais viver, até que a questão do pecado tenha sido
resolvida. Não é de proveito algum tentar desenvolver um belo caráter e ter por
objetivo obter a aprovação de Deus, enquanto há pecado entre ele e as nossas
almas.
Qual a utilidade dos sapatos, se os nossos pés estão
paralisados? De que utilidade são os óculos, se somos cegos? A questão do
perdão dos meus pecados é básica, fundamental e vital. Não importa se sou
altamente respeitado por um círculo amplo de amigos, se ainda estou em meus
pecados. Não importa se eu sou honesto em meu negócio, se ainda sou um
transgressor não perdoado aos olhos de Deus. O que importará na hora da morte
será: Os meus pecados foram expurgados pelo sangue de Cristo?
A segunda lição importantíssima que precisamos aprender é
como o perdão dos pecados pode ser obtido. Qual é fundamento sobre o qual um Deus
santo perdoará pecados? E aqui é importante observar que há uma diferença vital
entre o perdão divino e muito do perdão humano. Como regra geral, o perdão
humano é uma questão de complacência, frequentemente de frouxidão.
Queremos dizer que o perdão é mostrado à custa da justiça e
da retidão. Na corte humana da lei, o juiz tem que escolher entre duas
alternativas: quando se prova que alguém no banco dos réus é culpado, o juiz
deve aplicar a penalidade da lei, ou deve negligenciar os requerimentos da lei
– uma é justiça, a outra é misericórdia.
A única forma possível na qual o juiz pode tanto aplicar os requerimentos da
lei e ainda mostrar misericórdia ao ofensor, é uma terceira parte oferecer
sofrer em sua própria pessoa a penalidade que o condenado merece. Assim
aconteceu no conselho divino. Deus não exerceria misericórdia à custa da
justiça. Ele, como o juiz de toda a terra, não colocaria de lado as demandas da
sua santa lei. Todavia, Deus mostraria misericórdia. Como?
Através de um que satisfaria plenamente sua lei violada. Por
intermédio de seu próprio Filho, tomando o lugar de todos aqueles que crêem
nele e carregando seus pecados em seu próprio corpo no madeiro. Deus poderia
ser justo e ainda misericordioso, misericordioso e ainda justo. Foi assim para
que a“graça reinasse pela justiça”. Um
fundamento justo tinha sido fornecido sobre o qual Deus poderia ser justo e
ainda o justificador de todo aquele que crê. Por
conseguinte, somos informados:
“E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o
Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome,
se pregasse o arrependimento e a remissão (perdão) dos pecados, em todas as
nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.46,47). E novamente: “Seja-vos, pois,
notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E
de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é
justificado todo aquele que crê” (At 13.38, 39).
Foi em virtude do sangue que ele estava derramando que o
Salvador clamou: “Pai, perdoa-lhes”. Foi m virtude do sacrifício expiatório que
ele estava oferecendo que pôde ser dito que “sem derramamento de sangue não há
remissão”. Ao orar pelo perdão dos seus inimigos, Cristo
foi diretamente na raiz da necessidade deles. E a necessidade deles é a
necessidade de todo filho de Adão.
Leitor, você tem os seus pecados perdoados, isto é, remidos
ou levados embora? Você é, pela graça, um daqueles de quem é dito: “Em quem
temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Cl
1.14)? “Então disse Jesus: Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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