sábado, 16 de fevereiro de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (Resumo)


INTRODUÇÃO


 

A MORTE DO SENHOR JESUS CRISTO é um assunto de interesse inexaurível para todos os que estudam em oração a escritura da verdade. Tal é assim não somente porque tudo do crente — tanto no tempo como na eternidade — dela dependa, mas também devido à sua singularidade transcendente.
 
Quatro palavras parecem resumir as características salientes desse mistério dos mistérios: a morte de Cristo foi natural, não natural, preternatural e sobrenatural. Uns poucos comentários parecem ser necessários à guisa de definição e amplificação.

 

Primeiro: a morte de Cristo foi natural. Com isso queremos dizer que ela foi uma morte real. É porque estamos tão familiarizados com o fato dela que a declaração acima parece simples, corriqueira; todavia, o que abordamos aqui é um dos principais elementos de admiração para a mente espiritual.

 
Aquele que foi “tomado, e pelas mãos de injustos” [1] crucificado e assassinado não era outro senão o “Companheiro” [2] de Jeová. O sangue que foi derramado sobre o madeiro maldito era divino — “A igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (Atos 20:28). Como diz o apóstolo: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Coríntios 5:19).

 

Segundo: a morte de Cristo foi não natural. Por isso queremos dizer que ela foi anormal. Acima dissemos que, ao se encarnar, o Filho de Deus tornou-se capaz de sofrer a morte, todavia, não deve ser inferido daí que a morte tinha, portanto, um direito a reclamar sobre ele; longe disso, o contrário mesmo era a verdade. 
 

A morte é o salário do pecado [3], e ele não tinha nenhum. Antes de seu nascimento foi dito a Maria: “[que] o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35, ARA).  

Não somente o Senhor Jesus entrou neste mundo sem contrair a contaminação da natureza humana caída, mas ele “não cometeu pecado” (1Pedro 2:22), “não [tinha] pecado” (1João 3:5) e “não conheceu pecado” (2Coríntios 5:21).

Por conseguinte, dizemos que para o Santo de Deus morrer foi não natural.

 

Terceiro: a morte de Cristo foi preternatural. Por meio disso queremos dizer que ela foi marcada e determinada para ele de antemão. Ele era o Cordeiro morto antes da fundação do mundo (Apocalipse 13.8).  

Nos eternos conselhos da Deidade, foi ordenado de antemão que haveria um Salvador para os pecadores, um Salvador que sofreria, o justo pelos injustos[4], um  Salvador que morreria para que pudéssemos viver. 
 

Quarto: a morte de Cristo foi sobrenatural. Por isso queremos dizer que ela foi diferente de qualquer outra morte. Em todas as coisas ele tem a preeminência. Seu nascimento foi diferente de todos os outros nascimentos. Sua vida foi diferente de todas as outras vidas. E sua morte foi diferente de todas as outras mortes.
 
Isso foi claramente anunciado em sua própria declaração sobre o assunto: “Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai” (João 10:17, 18).



[1] Nota do tradutor: Atos 2.23 na versão do autor, ou seja, a KJV (King James Version)
[2] Nota do tradutor: Zacarias 13.7.
[3] Nota do tradutor: Romanos 6.23.
[4] Nota do tradutor: 1Pedro 3.18.

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