“E dizia Jesus: Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
2. Aqui vemos
Cristo identificado com o seu povo.
“Pai, perdoa-lhes”.
Em nenhuma ocasião anterior Cristo fez tal pedido ao Pai. Nunca antes ele tinha
invocado o perdão dos outros ao Pai. Até aqui ele mesmo perdoou. Ao homem
paralítico, ele disse: “Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados”
(Mt 9.2). À mulher que lavou seus pés com suas lágrimas, na casa de Simão, ele
disse: “Os teus pecados te são perdoados” (Lc 7.48). Por que, então, ele agora
pediu ao Pai para perdoar, ao invés dele mesmo pronunciar diretamente o perdão?
Perdão de pecado é
uma prerrogativa divina. Os escribas judeus estavam certos quando arrazoaram:
“Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Mc 2.7). Mas dirá você: Cristo era
Deus. Com toda certeza; mas homem também - o Deus-homem. Ele era o Filho de
Deus que tinha se tornado o Filho do Homem com o expresso propósito de oferecer
a si mesmo como sacrifício pelo pecado. E quando o Senhor Jesus clamou “Pai,
perdoa-lhes”, ele estava sobre a cruz, e ali ele não poderia exercer suas
prerrogativas divinas.
Repare
cuidadosamente suas palavras, e então contemple a exatidão maravilhosa da
Escritura. Ele tinha dito: “O Filho do Homem tem na terra autoridade para
perdoar pecados” (Mt 9.6). Mas ele não estava mais sobre a terra! Ele tinha
sido “levantado da terra” (Jo 12.32)! Além do mais, na cruz ele estava agindo
como nosso substituto; o justo estava para morrer pelos injustos. Por
conseguinte, ao ser suspenso como nosso representante, ele não estava mais no
lugar de autoridade onde poderia exercer suas prerrogativas divinas, e,
portanto, toma a posição de um suplicante perante o Pai.
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