“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
4.
Aqui vemos a cegueira do coração humano.
“Porque não sabem o que fazem”. Isso não significa que os
inimigos de Cristo eram ignorantes do fato de sua crucificação. Eles sabiam
perfeitamente que tinham clamado: “Crucifica-o”.
Eles sabiam perfeitamente que o seu vil pedido lhes tinha
sido concedido por Pilatos. Eles sabiam perfeitamente que ele tinha sido
pregado na cruz, pois eram testemunhas oculares do crime. O que, então, o
Senhor quis dizer quando disse: “Porque não sabem o que fazem”?
Ele quis dizer que eles eram ignorantes da grandeza do seu
crime. Eles não sabiam que era o Senhor da glória que eles estavam
crucificando. A ênfase não é sobre “porque não sabem”, mas sobre “porque não
sabem o que fazem”.
E, todavia, eles deveriam ter sabido. A cegueira deles era
inescusável. As profecias do Antigo Testamento que tinham recebido seu
cumprimento nele eram suficientemente claras para identificá-lo como o Santo de
Deus. Seu ensino era singular, pois seus próprios críticos foram forçados a admitir:
“Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). E o que dizer da sua
vida perfeita?
Ele viveu diante dos homens uma vida que nunca tinha sido
vivida sobre a terra antes. Ele não agradava a si mesmo. Ele se ocupava de
fazer o bem. Ele estava sempre à disposição dos outros. Não havia egoísmo nele.
Sua vida foi de auto-sacrifício do princípio ao fim. Sua vida foi sempre vivida
para a glória de Deus. Sobre sua vida estava estampada a aprovação do céu, pois
a voz do Pai testificou audivelmente: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo”.
Não, não havia escusa alguma para a ignorância deles. Isso
apenas demonstrava a cegueira dos seus corações. A rejeição do Filho de Deus
por parte deles trouxe pleno testemunho, de uma vez por todas, de que a mente
carnal é “inimizade contra Deus” (Rm 8.7).
Quão triste é pensar que essa terrível tragédia ainda está
sendo repetida! Pecador, você faz pouca ideia do que está fazendo ao
negligenciar a grande salvação de Deus. Você faz pouca ideia de quão terrível é
o pecado de menosprezar o Cristo de Deus e repelir os convites de sua
misericórdia. Você faz pouca ideia da profunda culpa que está unida ao seu ato
de recusar receber o único que pode te salvar dos seus pecados. Você faz pouca
ideia de quão medonho é o crime de dizer: “Não queremos que este reine sobre
nós”.
Você faz pouca ideia do que faz. Você considera essa questão
vital com indiferença total. A questão se apresenta hoje da mesma forma como
dantes: “Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?”. Pois você
tem que fazer algo com ele: ou o despreza e rejeita, ou o recebe como o
Salvador de sua alma e o Senhor da sua vida. Mas, digo novamente, isso lhe
parece um assunto de diminuta urgência, de pequena importância.
Por anos você tem resistido aos esforços do seu Espírito. Por
anos você tem posto de lado essa importantíssima consideração. Por anos você
tem endurecido seu coração contra ele, tampado seus ouvidos aos seus apelos, e
fechado seus olhos à sua excelsa beleza.
Ah! você não sabe O QUE faz. Você está cego em sua loucura.
Cego para o seu terrível pecado. Todavia, você não está sem escusa. Você pode
ser salvo agora se quiser.
“Crê no Senhor Jesus
Cristo e [tu] serás salvo”. Ó, venha
ao Salvador agora e diga com alguém de outrora, “Mestre, que eu tenha vista”.
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