quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (06)


“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

 4. Aqui vemos a cegueira do coração humano.

 “Porque não sabem o que fazem”. Isso não significa que os inimigos de Cristo eram ignorantes do fato de sua crucificação. Eles sabiam perfeitamente que tinham clamado: “Crucifica-o”.

 Eles sabiam perfeitamente que o seu vil pedido lhes tinha sido concedido por Pilatos. Eles sabiam perfeitamente que ele tinha sido pregado na cruz, pois eram testemunhas oculares do crime. O que, então, o Senhor quis dizer quando disse: “Porque não sabem o que fazem”?

 Ele quis dizer que eles eram ignorantes da grandeza do seu crime. Eles não sabiam que era o Senhor da glória que eles estavam crucificando. A ênfase não é sobre “porque não sabem”, mas sobre “porque não sabem o que fazem”.

 E, todavia, eles deveriam ter sabido. A cegueira deles era inescusável. As profecias do Antigo Testamento que tinham recebido seu cumprimento nele eram suficientemente claras para identificá-lo como o Santo de Deus. Seu ensino era singular, pois seus próprios críticos foram forçados a admitir: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). E o que dizer da sua vida perfeita?

 Ele viveu diante dos homens uma vida que nunca tinha sido vivida sobre a terra antes. Ele não agradava a si mesmo. Ele se ocupava de fazer o bem. Ele estava sempre à disposição dos outros. Não havia egoísmo nele. Sua vida foi de auto-sacrifício do princípio ao fim. Sua vida foi sempre vivida para a glória de Deus. Sobre sua vida estava estampada a aprovação do céu, pois a voz do Pai testificou audivelmente: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. [1]

 Não, não havia escusa alguma para a ignorância deles. Isso apenas demonstrava a cegueira dos seus corações. A rejeição do Filho de Deus por parte deles trouxe pleno testemunho, de uma vez por todas, de que a mente carnal é “inimizade contra Deus” (Rm 8.7).

 Quão triste é pensar que essa terrível tragédia ainda está sendo repetida! Pecador, você faz pouca ideia do que está fazendo ao negligenciar a grande salvação de Deus. Você faz pouca ideia de quão terrível é o pecado de menosprezar o Cristo de Deus e repelir os convites de sua misericórdia. Você faz pouca ideia da profunda culpa que está unida ao seu ato de recusar receber o único que pode te salvar dos seus pecados. Você faz pouca ideia de quão medonho é o crime de dizer: “Não queremos que este reine sobre nós”.[2]

 Você faz pouca ideia do que faz. Você considera essa questão vital com indiferença total. A questão se apresenta hoje da mesma forma como dantes: “Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?”.[3] Pois você tem que fazer algo com ele: ou o despreza e rejeita, ou o recebe como o Salvador de sua alma e o Senhor da sua vida. Mas, digo novamente, isso lhe parece um assunto de diminuta urgência, de pequena importância.

 Por anos você tem resistido aos esforços do seu Espírito. Por anos você tem posto de lado essa importantíssima consideração. Por anos você tem endurecido seu coração contra ele, tampado seus ouvidos aos seus apelos, e fechado seus olhos à sua excelsa beleza.

 Ah! você não sabe O QUE faz. Você está cego em sua loucura. Cego para o seu terrível pecado. Todavia, você não está sem escusa. Você pode ser salvo agora se quiser.

  “Crê no Senhor Jesus Cristo e [tu] serás salvo”.[4] Ó, venha ao Salvador agora e diga com alguém de outrora, “Mestre, que eu tenha vista”.[5]
 
 



[1] Nota do tradutor: Mateus 3.17.
[2] Nota do tradutor: Lucas 19.14.
[3] Nota do tradutor: Mateus 27.22.
[4] Nota do tradutor: Atos 16.31.
[5] Nota do tradutor: Marcos 10.51.

 

 



[1] Nota do tradutor: Mateus 3.17.
[2] Nota do tradutor: Lucas 19.14.
[3] Nota do tradutor: Mateus 27.22.
[4] Nota do tradutor: Atos 16.31.
[5] Nota do tradutor: Marcos 10.51.

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