domingo, 17 de fevereiro de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (02)


Um estudo cuidadoso das narrativas evangélicas que descrevem sua morte fornece uma prova sétupla e a verificação de sua asseveração.

 

1. A PALAVRA DE PERDÃO


 
"E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem"
Lucas 23:34

 O HOMEM HAVIA FEITO O SEU PIOR. Aquele por quem o mundo foi feito veio ao mundo, mas o mundo não o conheceu. O Senhor da glória tinha tabernaculado entre os homens, mas não foi desejado. Os olhos que o pecado tinha cegado não viram nele nenhuma beleza alguma pela qual ele pudesse ser desejado [1].
 
Em seu nascimento não havia nenhum quarto na hospedaria, o que prenunciava o tratamento que receberia das mãos dos homens. Pouco tempo após seu nascimento, Herodes procurou matá-lo, e isso sugeria a hostilidade que sua pessoa evocava e predizia a cruz como o clímax da inimizade do homem. Repetidas vezes seus inimigos tentaram sua destruição. E agora os vis desejos deles fora-lhes concedidos.
 
O Filho de Deus tinha se rendido nas mãos deles. Um arremedo de julgamento havia acontecido e, embora seus juízes não tenham encontrado nenhuma falta nele, todavia, eles se rederam ao clamor insistente daqueles que o odiavam à medida que eles repetidamente clamavam: “Crucifica-o”.

Ele está orando, orando pelos seus inimigos — “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).

Essa primeira das sete palavras na cruz do nosso Senhor o apresenta em atitude de oração. Quão significante! Quão instrutivo! Seu ministério público tinha sido aberto com oração (Lucas 3.21), e aqui vemos ele sendo fechado com oração.

Certamente ele nos deixou um exemplo!

Talvez essas linhas possam ser lidas por alguém que, por razão da idade e doença, não é mais capaz de trabalhar ativamente na vinha do Senhor. Possivelmente nos dias de outrora você era um professor, um pregador, um professor de escola dominical, um distribuidor de panfletos: mas agora você está de cama.

Sim, mas você ainda está aqui na terra! Quem sabe Deus não está deixando você aqui mais uns poucos dias para te engajar no ministério da oração — e talvez realizar mais através disso que por todo seu ministério passado ativo. Se você for tentado a depreciar tal ministério, lembre-se do seu Salvador. Ele orou, orou por outros, orou por pecadores, até mesmo em suas últimas horas.

Ao orar por seus inimigos, Cristo não somente colocou diante de nós um exemplo perfeito de como devemos tratar aqueles que nos prejudicam e nos odeiam, mas ele também nos ensinou a nunca considerar algo como além do alcance da oração. Se Cristo orou por seus assassinos, então certamente temos encorajamento para orar agora pelo maior de todos os pecadores!

 Leitor cristão, nunca perca a esperança. Parece para você um desperdício de tempo continuar orando por aquele homem, por aquela mulher, por aquele seu filho obstinado? O caso deles parece se tornar mais sem esperança a cada dia? Parece como se eles estivem além do alcance da misericórdia divina?

 Talvez alguém por quem você tem orado por tanto tempo foi enlaçado por uma das seitas satânicas de hoje, ou ele pode ser agora um infiel declarado e desbragado; em resumo, um inimigo aberto de Cristo. Lembre-se então da cruz. Cristo orou por seus inimigos. Aprenda então a não olhar para nada como estando além do alcance da oração.

 Cristo orou por você e por mim antes de crermos nele. Volte-se para João 17.20 para conferir. “Eu não rogo somente por estes (os apóstolos), mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim” (João 17.20).


Uma vez mais beneficiemo-nos do exemplo perfeito. Façamos intercessão também pelos inimigos de Deus e, se orarmos com fé, também será eficaz para a salvação dos pecadores perdidos.



[1] Nota do tradutor: Isaías 53.2.

Nenhum comentário: