quinta-feira, 6 de maio de 2010

PERTO ESTÁ O SENHOR

_ “Perto está o Senhor” (Fl 4.5b).

Uma lembrança muito forte ainda guardo de meus tempos de criança. É que havia em nós, as crianças, um sentimento de profundo respeito e até de medo, quando meus pais estavam por perto. Fosse nos cultos, quando conversávamos com outras crianças, quando estávamos brincando ou brigando na rua... Bastava olhar para meu pai, ou para minha mãe; e, pela maneira de nos olhar, sabíamos o que eles queriam nos dizer. Pois sabíamos que lá em casa havia uma “chibata” dependurada na parede. E vez por outra meu pai fazia uso dela para acertar as contas com os “infratores”. Assim, pois, quando estávamos agindo errado, a presença de meu pai por perto, e seu olhar atento, nos comunicava a dura mensagem: “Lá em casa agente acerta as contas!”

E isso era suficiente para nos corrigir e nos fazer tremer... Porém, quando ia para a roça com meu pai; ou quando viajava até à cidade com minha mãe; sentia-me encorajado pela presença deles ao meu lado. Ao lado de meu pai, eu não tinha medo de cobras, lagartos, ou mesmo de onças. Felizmente jamais tive que me deparar com alguma dessas feras. Ainda bem, mas a minha confiança, certamente não seria abalada. Assim eu acreditava. Da mesma forma, quando viajava ao lado de minha mãe, ajudando-a a transportar roupas lavadas, ou para lavar, sentia-me fortalecido para enfrentar o cair da noite pelas estradas empoeiradas e escuras. Era a presença dela que me dava força e coragem para prosseguir.

A constante presença de meus pais proporcionava-me segurança, conforto e moderação. Eu não podia vacilar que eles estavam por perto. Também não precisava sentir-me desamparado, eu tinha em quem confiar. Hoje posso entender da mesma forma esta expressão: “Perto está o Senhor!” Tanto me serve de conforto e estímulo nas horas difíceis de minha caminhada terrena; como me faz temer e tremer diante da certeza de que Ele, o meu Senhor, está presente ao meu lado, até mesmo quando faço coisas que não convém e que Lhe desagradam. Isso deve me fazer temer e tremer, como já havia escrito o apóstolo (Fl 2.13).

A Bíblia de Estudo de Genebra, em nota de rodapé, faz o seguinte comentário sobre esta frase: ”Pode-se entender essa proximidade como temporal, referindo-se à vinda de Cristo como um evento futuro (3.20-21), com o fim de fortalecer a esperança. Mas também é possível que Paulo esteja falando da companhia constante de Cristo com aqueles que estão unidos a ele“ (1.1). Assim, pois, temos aqui, ao mesmo tempo, uma exortação e uma palavra de conforto e encorajamento nas lutas.

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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