quinta-feira, 12 de agosto de 2010

JESUS CHOROU

Muito se tem comentado sobre quais os motivos que teriam provocado as lágrimas de Jesus nesse caso. De todas as razões e motivos que se possam apresentar, prefiro pensar no sentimento afetivo e solidário do Senhor para com os sofredores desse mundo. Ele conhecia pela própria experiência o que significava a dor da perda e da separação de alguém querido. Ele sabe o que é padecer. E naquele momento demonstrava toda simpatia para com aquela família amada. Sentia junto, chorava junto.

Muito mais que chorar pela observação da incredulidade dos judeus, pelas críticas que recebia, pela ignorância religiosa demonstradas ali; mais que tudo, o Senhor chorava junto, compartilhava com profundo respeito e solidariedade com a dor alheia. Foi esse sentimento que o moveu a prosseguir até à efetivação do milagre.

Isto nos ensina que, antes de criticarmos, ou nos defendermos das críticas, precisamos nos concentrar no sentimento e na dor de nossos queridos, para, então, agirmos com firmeza, movidos pelo amor.

O Cristianismo começa com a consciência de pecado. Quanto mais nos aproximamos de Deus mais sensíveis ficamos para com o pecado. E isso nos faz chorar. E, chorando, somos consolados com as benditas consolações do Espírito Santo. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz a morte” ([1]).

Jesus chorou diante da cidade de Jerusalém, dizendo: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e não quiseste!... E quando chegou perto da cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! Mas agora isso está encoberto aos teus olhos".[2]

"Se tu conhecesses!" Ou, "se tu quisesses realmente conhecer o meio de obter a paz e buscá-la de todo o coração! Mas tu não o quiseste! Tu não queres. Que pena, tu não queres!" Assim, nos diz a palavra de Deus que Jesus chegou perto da cidade, e eles não O perceberam!

Jesus viu a cidade, mas ninguém O viu com a finalidade de adorá-Lo como Deus. Jesus chorou por causa da incredulidade da cidade, mas ninguém chorou por seus próprios pecados. Apesar de Seu apelo amoroso, Jesus constatou uma triste realidade: eles estavam com seus olhos fechados: "Mas agora isso está encoberto aos teus olhos... Não conheceste o tempo da tua visitação! Não aproveitaste a tua grande chance!”

Que pena! Que tristeza! Tão perto do reino, mas sem salvação! Tão perto de Jesus, sem senti-Lo, sem ouvi-Lo, sem recebê-Lo pela fé no coração. Que pena, eles não quiseram! Não receberam a verdadeira paz interior. Não foram salvos da perdição eterna. Perderam suas almas, foram para o inferno, longe de Deus e do amor de Jesus.

Mas nós não precisamos agir da mesma forma. Não precisamos deixar passar a grande oportunidade de ser salvo por Jesus Cristo. Ele já demonstrou este propósito de nos acolher, quando nos apresentamos arrependidos e contritos aos Seus pés.

Jesus nos diz: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” ([3]). Em outras palavras: felizes são os que choram! Diz o texto, no qual estamos refletindo que Jesus ouviu, sentiu e chorou!

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

[1] 2 Co 7.10
[2] Mt 23.37; Lc 19.41-42
[3] Mt 5.4

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