terça-feira, 9 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (52)


 

“Está consumado”
 

2. Vemos aqui o término de seus sofrimentos.  

E qual língua ou pena pode descrever os sofrimentos do Salvador? Ó, que angústia inexprimível, física, mental e espiritual que ele suportou! Apropriadamente foi ele designado “o Homem de Dores”. Sofrimentos nas mãos dos homens, nas mãos de Satanás e nas mãos de Deus. Dor infligida tanto pelos inimigos quanto pelos amigos. Desde o início ele caminhou entre as sombras que a cruz lançava de través sobre seus passos.
 
Ouça seu lamento: “Estou aflito e prestes a morrer desde a minha mocidade” (Sl 88.15). Que luz isso lança sobre seus primeiros anos! Quem pode dizer quanto está contido nessas palavras? Para nós, um véu impenetrável está lançado sobre o futuro; nenhum de nós sabe o que um dia pode causar. Mas o Salvador conhecia o fim desde o começo!  Alguém apenas precisa ler os evangelhos para saber como a terrível cruz esteve sempre perante ele.
 
Nas bodas de Caná, onde tudo era alegria e divertimento, ele faz solene referência à sua “hora” que ainda não viera. Quando Nicodemos o entrevistou à noite, o Salvador aludiu ao levantamento do Filho do homem. Quando Tiago e João vieram lhe pedir dois lugares de honra em seu reino vindouro, ele fez menção ao “cálice” que ele tinha de tomar e ao “batismo” com que deveria ele ser batizado.  Quando Pedro confessou que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo, ele voltou-se para os seus discípulos e começou a lhes mostrar “que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21).
 
Quando Moisés e Elias ficaram diante dele no monte da transfiguração, foi para falar “da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém”.  Se é verdade que somos bem incapazes de avaliar os sofrimentos de Cristo devido à antecipação da cruz, menos ainda podemos sondar a pavorosa realidade da própria.  

Os sofrimentos físicos foram excruciantes, mas mesmo isso foi como nada se comparado com sua angústia de alma. Para uma consideração de tais sofrimentos já dedicamos vários parágrafos nos capítulos anteriores, todavia não nos desculpamos em nada em retornar a eles novamente. Não é demasiado de nossa parte poder contemplar com frequência o que o Salvador suportou a fim de assegurar a salvação para nós. Quanto mais estivermos familiarizados com seus sofrimentos, e quanto mais amiúde meditarmos neles, mais caloroso será nosso amor e mais profunda a nossa gratidão.

 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

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