“Está consumado”
Havia profecia que sugeria que ele
falaria em “parábolas” (Sl 78.2): então tal foi amiúde seu método de ensino.
Havia profecia que o representava acalmando a tempestade (Sl 107.29): então,
isso foi exatamente o que ele fez. Havia profecia que proclamava sua “entrada
triunfal” em Jerusalém (Zc 9.9): então assim se sucedeu. Havia profecia que anunciava que sua pessoa
deveria ser desprezada (Is 53.3); que ele deveria ser rejeitado pelos judeus
(Is 8.14); que ele deveria ser aborrecido “sem causa” (Sl 69.4): então, é
triste dizê-lo, tal foi precisamente o caso.
Havia profecia que pintava o quadro
inteiro de sua degradação e crucificação — então, foi ele vividamente
reproduzido. Houvera a traição por um amigo íntimo, a deserção por seus
queridos discípulos, o ser levado ao matadouro, o ser levado a julgamento, o
aparecimento de falsas testemunhas contra si, a recusa de sua parte de se
defender, a demonstração de sua inocência, a condenação injusta, a pena de
morte sentenciada sobre si, o traspassamento literal de suas mãos e pés, o ser
contado entre os transgressores, a zombaria da multidão, o lançar sortes sobre
suas vestes — tudo predito séculos antes, e tudo cumprido ao pé da letra.
A última profecia de todas que ainda
restava antes de encomendar seu espírito às mãos do Pai tinha agora sido
cumprida. Ele clamou, “Tenho sede”, e após o oferecimento de vinagre e fel tudo
estava agora “concluído”; e, quando o Senhor Jesus reviu o inteiro escopo da
palavra profética e viu sua completa realização, ele bradou, “Está consumado”!
Somente nos resta assinalar que,
enquanto houve um grupo todo de profecias que tinha de se dar no primeiro
advento do Salvador, assim também há um outro que tem de acontecer em seu
segundo advento — o último, tão definido, pessoal e completo em seu escopo
quanto o primeiro.
Assim como vemos o real cumprimento daquelas que tinham de
ocorrer em sua primeira vinda à terra, também podemos aguardar com absoluta
confiança e segurança o cumprimento daquelas que terão lugar em sua segunda
vinda. E, como vimos que o primeiro grupo de profecias foi cumprido literal,
real e pessoalmente, também devemos esperar que o último o seja. Admitir o
cumprimento literal do primeiro, e então procurar espiritualizar e simbolizar o
último, é não apenas grosseiramente inconsistente e ilógico, mas altamente pernicioso
para nós e profundamente desonroso a Deus e à sua palavra.
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