“Está consumado”. O grande propósito divino na história do
homem era agora efetuado — efetuado tanto quanto ainda o será de fato. Desde o
princípio, a intenção de Deus foi sempre uma e indivisível. Foi declarada aos
homens de várias maneiras: em símbolo e tipo, por misteriosos sinais e por
claras sugestões, mediante predição messiânica e mediante declaração didática.
Esse seu propósito pode ser assim resumido: mostrar sua graça e engrandecer seu
Filho criando filhos a sua própria imagem e glória. E na cruz o fundamento que
foi posto era para que isso se tornasse possível e real.
Sim, para nós parece certo que
Cristo se referia especialmente à sua obra sacrificial, pois toda escritura
acerca de seu sofrimento e vergonha não estava cumprida. Ainda restava entregar
seu espírito nas mãos do Pai (Sl 31.5); ainda restava o “traspassar” com a
lança (Zc 12.10: e repare que a palavra utilizada para o traspassar de suas
mãos e pés — o ato de crucificação — no Sl 22.16 é diferente); ainda restava
serem seus ossos preservados sem quebra (Sl 34.20), e o enterro no sepulcro do
homem rico (Is 53.9).
Além disso, deve ser lembrado que as três horas de trevas já
haviam passado, o terrível cálice já havia sido sorvido até à última gota, seu
precioso sangue já tinha sido vertido, a ira divina derramada já havia sido
suportada; e esses são os principais elementos para se fazer a propiciação. A
obra sacrificial do Salvador, então, estava completada, com exceção apenas do
ato de morte que se seguiu imediatamente. Mas, como veremos, a consumação
daquela obra pôs fim a várias coisas, e a elas voltaremos a nossa atenção.
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