segunda-feira, 22 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (64)




 
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
2. Vemos aqui um calculado contraste.
 Por mais de doze horas Cristo estivera nas mãos dos homens. Disso falara aos seus discípulos quando os avisou de antemão que “o Filho do homem será entregue nas mãos dos homens: e matá-lo-ão (Mt 17.22,23). Disso fizera menção no meio da terrível gravidade do Getsêmane: “Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores” (Mt 26.45).
A isso os anjos fizeram referência na manhã da ressurreição, dizendo às mulheres: “Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite” (Lc 24.6,7). Isso recebeu seu cumprimento quando o Senhor Jesus se entregou àqueles que vieram prendê-lo no Jardim.  
Como vimos em um capítulo anterior, Cristo podia facilmente ter evitado a prisão. Tudo que tinha que fazer era deixar os oficiais dos sacerdotes prostrados no chão, e ir embora tranquilamente. Mas ele não agiu assim. A hora marcada havia chegado. O tempo em que ele submeter-se-ia para ser levado como um cordeiro ao matadouro chegara. E ele entregou-se nas “mãos dos pecadores”.  
Como eles o trataram é bem sabido; eles se aproveitaram completamente da oportunidade. Eles deram plena vazão ao ódio do coração carnal por Deus. Com “mãos ímpias” (At 2.23, KJV) o crucificaram. Mas agora tudo está acabado. O homem fizera o seu pior. A cruz fora suportada; a obra designada é terminada. 
Voluntariamente tinha o Salvador se entregado às mãos dos pecadores, e agora, voluntariamente, ele entrega seu espírito nas mãos do Pai. Que bendito contraste! Nunca mais ele estará de novo nas “mãos dos homens”. Nunca mais estará ele à mercê do ímpio. Nunca mais sofrerá vergonha. Nas mãos do Pai ele se entrega, e o Pai agora tomará conta de seus interesses.  
Não precisamos nos deter em detalhes na bendita consequência. Três dias depois o Pai o ressuscitava dos mortos. Quarenta dias depois disso, o Pai o exaltava acima de todo o principado, e poder, e de todo o nome que se nomeia, e o pôs à sua própria direita nos céus. E lá agora ele se assenta no trono do Pai (Ap 3.21), esperando até que seus inimigos sejam feitos escabelo de seus pés.  
Por um dia, ainda que demorado, as posições serão invertidas. O Pai enviará aquele a quem o mundo rejeitou: ele o fará outra vez, mas em poder e glória: para governar e reinar sobre toda a terra com vara de ferro. Então a situação será inversa.  
Quando aqui esteve anteriormente os homens se atreveram a acusá-lo publicamente, mas então ele assentar-se-á para julgá-los. Outrora esteve nas mãos deles, então eles estarão nas suas. Outrora gritaram: “Tira[-o]”, então ele dirá: “Apartai-vos de mim”. E, no meio tempo, ele está nas mãos do Pai, sentado em seu trono, esperando seu deleite!
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br


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