sábado, 20 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (62)


 

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.

 

É digno de nota que esse brado final do Salvador tenha sido pronunciado pelo espírito de profecia muitos séculos antes da Encarnação. No salmo de número trinta e um ouvimos o Filho de Davi e o Senhor dizendo, antecipadamente: “Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido; livra-me pela tua justiça. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. Tira-me da rede que para mim esconderam, pois tu és a minha força. Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, Senhor Deus da verdade” (vv. 1-5)!

Em conexão com cada uma das elocuções de nosso Salvador na cruz uma profecia foi cumprida. Na primeira vez, ele clamou, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, e isso cumpriu Isaías 53.12 — “pelos transgressores intercedeu” [ARA]. Na segunda, ele prometeu ao ladrão: “Hoje estarás comigo no Paraíso”, e isso foi um cumprimento da profecia do anjo a José — “chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). Na terceira, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”, e isso cumpriu a profecia de Simeão — “uma espada traspassará também a tua própria alma” (Lc 2.35).
 
Na quarta, ele havia perguntado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” e tais palavras foram idênticas àquelas do Salmo 22.1. Na quinta, ele exclamou: “Tenho sede”, e isso foi um cumprimento do Salmo 69.21     — “na minha sede me deram a beber vinagre”. Na sexta, ele bradou triunfantemente: “Está consumado”, e essas são quase as mesmas palavras que servem de conclusão àquele maravilhoso salmo vinte e dois: “ele o fez”, ou, como se poderia muito bem verter do hebraico: “ele consumou”, com o contexto mostrando que ele tinha  feito, a saber, a obra de expiação. Por fim, ele orou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, e, como mostramos de antemão, ele tão somente estava citando o que dele fora escrito de antemão no Salmo 31. Ó, as maravilhas da cruz! Nunca chegaremos ao fim delas.

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

Nenhum comentário: