“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
5. Vemos aqui o lugar de segurança eterna.
Repetidas vezes o Salvador falou de um povo que lhe fora “dado” (Jo 6.37
etc.), e na hora de sua prisão ele disse: “Dos que me deste nenhum deles perdi”
(Jo 18.9). Então, não é deleitoso ver que na hora da morte o bendito Salvador
entrega-os agora à salvaguarda do Pai?
Na cruz, Cristo pendurado como o representante de seu povo e, por conseguinte,
vemos seu último ato como um ato representativo. Quando o Senhor Jesus entregou
seu espírito nas mãos de seu Pai, ele também apresentou nossos espíritos junto
com o seu, para a aceitação do Pai.
Jesus Cristo nunca viveu nem morreu por si próprio, mas pelos crentes: o
que ele fez em seu último ato reportava-se a eles tanto quanto a si mesmo.
Devemos, pois, olhar Cristo aqui unindo juntamente todas as almas dos eleitos,
e fazendo uma oferta solene delas, com seu próprio espírito, a Deus.
A mão do Pai é o lugar da segurança eterna. Naquela mão o Salvador
encomendou seu povo, e ali eles estão para sempre seguros. Disse Cristo,
referindo-se aos eleitos: “Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e
ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (Jo 10.29).
Aqui então está o fundamento da confiança do crente. Aqui está a base de
nossa segurança. Assim como nada podia prejudicar Noé quando a mão de Jeová
havia trancado a porta da arca, também nada pode tocar o espírito do santo pego
pela mão de onipotência. Ninguém pode arrancá-los de lá. Fracos somos em nós
mesmos, porém “guardados pelo poder de Deus”, é a declaração segura da
escritura sagrada: “guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação
preparada para revelar-se no último tempo” (1Pd 1.5).
Os adeptos formais que parecem correr bem por um tempo podem ficar
fatigados e abandonar a corrida. Aqueles que são movidos pela excitação carnal
de um “encontro de reavivamento” aguentam somente por um tempo, pois “não têm
raiz em si mesmos”.
Aqueles que confiam no poder de suas próprias vontades e resoluções, que
abandonam maus hábitos e prometem agir melhor, amiúde fracassam, e seu último
estado é pior que o primeiro. Muitos que são persuadidos pelos bem
intencionados, mas ignorantes, aconselhadores para “juntar-se à igreja” e
“viverem a vida cristã” com frequência apostatam da verdade. Mas todo espírito
que nasceu de novo está eternamente a salvo na mão do Pai.
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