domingo, 28 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (70)


 

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”

 

6. Vemos aqui a bênção da comunhão com Deus.

 

O que estamos aludindo particularmente aqui é ao fato de que a comunhão com Deus pode ser desfrutada independentemente do lugar ou das circunstâncias. O Salvador estava na cruz, rodeado por uma multidão escarnecedora, seu corpo sofrendo intensa agonia, entretanto, ele estava em comunhão com o Pai! Essa é uma das mais doces verdades destacadas pelo nosso texto.

É privilégio nosso gozar da comunhão com Deus em todo tempo, independente de circunstâncias ou condições externas. Tal comunhão é por fé, e a fé não é afetada pelas coisas da vista. Não importa quão desagradável seu quinhão possa ser, leitor meu, é seu inefável privilégio desfrutar de comunhão com Deus.

Tal como os três hebreus a desfrutaram com o Senhor no meio do forno de fogo ardente, como Daniel na cova dos leões, como Paulo e Silas no cárcere de Filipos, como o Salvador na cruz, assim também você, seja em que lugar for! A cabeça de Cristo estava circundada com uma coroa de espinhos em cima, mas embaixo estavam as mãos do Pai!

Não ensina nosso texto mui explicitamente a bendita verdade e o bendito fato da comunhão com o Pai na hora da morte? Então por que se apavorar, companheiro cristão? Se Davi, sob a dispensação do Antigo Testamento, podia dizer: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4), por que devem os crentes agora temer, depois de Cristo haver arrancado o aguilhão da morte!

A morte pode ser a “Rainha dos terrores” para o não salvo, mas para o cristão, ela é simplesmente a porta que dá acesso à presença do Bem Amado. As moções de nossas almas na morte, tanto quanto na vida, voltam-se instintivamente para Deus. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” será nosso brado, caso estejamos conscientes.

Enquanto tabernaculamos aqui não temos descanso algum senão no seio do Pai; e quando saímos daqui, nossa expectativa e nossos desejos ardentes são o de estar com ele. Lançamos muitos olhares desejosos em direção ao céu, mas quando a alma do salvo se aproxima da bifurcação dos caminhos, então ela se atira nos braços de amor, da mesma forma que um rio após muitos volteios e curvas se derrama no oceano.

Nada além de Deus pode satisfazer aos nossos espíritos neste mundo, e nada senão ele pode nos satisfazer quando formos embora daqui. Contudo, leitor, apenas os crentes estão garantidos e são encorajados a assim encomendar seus espíritos nas mãos de Deus à hora da morte; quão triste é o estado de todos os incrédulos que estão à morte. Seus espíritos, ainda, cairão nas mãos dele, mas será isso a miséria deles, não o privilégio. Os tais acharão que é uma “horrenda coisa cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Sim, porque, em vez de caírem nos braços de amor, cairão nas mãos de justiça.
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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