domingo, 21 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (63)


 

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”

1. Vemos aqui o Salvador outra vez de volta à comunhão com o Pai.

Isso é sobremaneira precioso. Por um instante aquela comunhão foi quebrada — quebrada exteriormente — quando a luz da santa face de Deus foi ocultada dAquele que levava nossos pecados, mas agora as trevas haviam passado e eram findas para sempre. Até à cruz tinha havido comunhão perfeita e ininterrupta entre o Pai e o Filho. É extraordinariamente belo observar como o terrível “Cálice” mesmo fora aceito das mãos do Pai:  “Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11).

Na cruz, no início, o Senhor Jesus ainda é encontrado em comunhão com o Pai, pois senão não teria clamado, “Pai, perdoa-lhes”! A sua primeira declaração na cruz, então, foi “Pai, perdoa-lhes”, e agora sua última palavra é: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Porém, entre aquelas elocuções ele tinha ficado ali pendurado por seis horas: três delas passadas em sofrimento nas mãos do homem e de Satanás; as três outras, na mão de Deus, quando a espada da justiça divina foi “despertada” para ferir o Companheiro de Jeová. Durante aquelas três últimas horas, Deus se tinha retirado do Salvador, o que evoca aquele terrível clamor: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mas agora está tudo feito. O cálice é bebido até à última gota: a tempestade da ira se tinha passado: as trevas são idas, e o Salvador é visto mais uma vez em comunhão com o Pai — comunhão nunca mais quebrada.

“Pai”. Quão amiúde essa palavra estava nos lábios do Salvador! A primeira vez em que foi registrada: “Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” No que foi provavelmente seu primeiro discurso formal — o “sermão da montanha” — ele fala do “Pai” dezessete vezes. Quando em seu discurso final aos discípulos, o “discurso pascal” encontrado em João 14-16, a palavra “Pai” é achada não menos do que quarenta e cinco vezes! No capítulo seguinte, João 17, que contém o que é conhecido como a grande oração sacerdotal de Cristo, ele fala ao e do Pai por mais seis vezes. E agora, pela última vez antes de renunciar à própria vida, diz novamente: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E quão abençoado é que seu Pai seja nosso Pai! Nosso porque seu.
 
Quão maravilhoso isso é! Quão inefavelmente precioso que eu possa erguer meus olhos ao grande Deus vivente e falar, “Pai”, meu Pai! Que conforto está contido nesse título! Que segurança é comunicada! Deus é meu Pai, então ele me ama, ama-me como ao próprio Cristo (Jo 17.23)! Deus é meu Pai e me ama, então ele se importa comigo. Deus é meu Pai e cuida de mim, então suprirá todas as minhas necessidades (Fp 4.19). Deus é meu Pai, então ele fará com que nenhum mal aconteça a mim, sim, que todas as coisas serão feitas para trabalharem juntos para o meu bem. Ó, que seus filhos adentrem mais profunda e praticamente na bênção de tal relacionamento, e então, alegremente exclamem com o apóstolo: “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus” (1Jo 3.1)!

 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br



 

Nenhum comentário: