quarta-feira, 17 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (60)


 
 
“Está consumado”
 
 
7. Aqui vemos a destruição do poder de Satanás.
 
Veja-o pela fé. A cruz foi o presságio de morte do poder do diabo. Às aparências humanas parecia o momento de seu maior triunfo, todavia, na realidade foi a hora de sua derrota definitiva. Em virtude da cruz (vide contexto) o Salvador declarou, “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12.31). É verdade que Satanás não foi ainda acorrentado e lançado no abismo, entretanto, a sentença foi dada (ainda que não executada); seu fim é certo; e seu poder já está quebrado no que diz respeito aos crentes. Para o cristão, o diabo é um inimigo vencido. Ele foi derrotado por Cristo na cruz — “para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). Os crentes já foram tirados “da potestade das trevas” e transportados para o reino do Filho do amor de Deus (Cl 1.13). Satanás, então, deve ser tratado como um inimigo derrotado. Ele não mais tem qualquer reivindicação legítima sobre nós. Outrora éramos seus “cativos” por lei, mas Cristo nos livrou.
Outrora andávamos “segundo o príncipe das potestades do ar”; mas agora temos de seguir o exemplo que Cristo nos deixou. Outrora Satanás “operava em nós”; mas agora Deus é quem opera em nós tanto o querer quanto o efetuar, segundo sua boa vontade. Tudo o que temos de fazer é “resistir ao diabo”, e a promessa é que “ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
“Está consumado”. Aqui estava a resposta triunfante à cólera do homem e à inimizade de Satanás. Ela conta a perfeita obra que vai de encontro ao pecado no lugar do julgamento. Tudo estava completado exatamente como Deus queria tê-lo, como os profetas haviam predito, como o cerimonial do Antigo Testamento prefigurava, como a santidade divina requeria, e como os pecadores necessitavam. Quão contundentemente apropriado é que esse sexto brado do Salvador na cruz seja encontrado no evangelho de João — o evangelho que mostra a glória da deidade de Cristo! Ele aqui não encomenda sua obra à aprovação divina, mas sela-a com o seu próprio imprimatur, atestando-a como completa, e dando-lhe  todassuficiente sanção de sua própria aprovação. Nenhum outro além do Filho de Deus diz “ESTÁ consumado” — quem pois ousa duvidar ou questionar?
“Está consumado”. Leitor, você crê nisso? ou está tentando adicionar algo de si mesmo à obra completa de Cristo para assegurar o favor de Deus? Tudo o que você tem que fazer é aceitar o perdão que ele adquiriu. Deus está satisfeito com a obra de Cristo, por que você não está? Pecador, no momento em que você crer no testemunho de Deus sobre seu Filho amado, nesse momento todo pecado que você cometeu é apagado, e você fica em posição aceitável em Cristo! Ó, não gostaria você de possuir a certeza de que não há nada entre sua alma e Deus? Não gostaria você de saber que todo pecado foi expiado e posto de lado? Então, creia no que a palavra de Deus acerca da morte de Cristo. Não descanse em seus sentimentos e experiências, mas na palavra escrita. Há apenas um caminho para se encontrar paz, e isso é mediante a fé no sangue derramado do Cordeiro de Deus.
“Está consumado”. Você realmente crê nisso? Ou está se esforçando para acrescentar algo seu mesmo a ele e assim merecer o favor divino? Há alguns anos atrás, um fazendeiro cristão estava profundamente preocupado com um carpinteiro não salvo. Ele procurou pôr diante de seu vizinho o evangelho da graça de Deus, e explicar como que a obra completa de Cristo foi suficiente para sua alma nela descansar. Porém, o carpinteiro persistia na crença de que ele mesmo tem que fazer algo. Um dia, o fazendeiro pediu a esse para lhe fazer um portão, e quando o portão estava pronto ele o transportou para a sua carroça. Ele ordenou ao carpinteiro que o visitasse no dia seguinte de manhã e visse o portão quando levantado no campo.
Na hora marcada o carpinteiro chegou e ficou surpreso ao descobrir o fazendeiro lá perto com um afiado machado em sua mão. “O que você vai fazer?”, ele perguntou. “Vou fazer alguns cortes e dar uns golpes em sua obra”, foi a resposta. “Mas não há necessidade alguma disso”, respondeu o carpinteiro, “o portão está todo certo assim. Fiz tudo que era necessário”. O fazendeiro não prestou atenção a isso mas, erguendo seu machado, deu talhos e cortes no portão até ficar completamente inutilizado. “Veja o que você fez!”, gritou o carpinteiro. “Você arruinou meu trabalho!” “Sim”, disse o fazendeiro, “e isso é exatamente o que você está tentando fazer.  Você está procurando anular a obra completa de Cristo com seus miseráveis acréscimos a ela!” Deus utilizou essa lição com o vigoroso objeto para mostrar ao carpinteiro seu engano, e esse foi levado a se lançar em fé sobre o que Cristo tem feito pelos pecadores. Leitor, você quer fazer o mesmo?

 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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