quinta-feira, 4 de abril de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (47)


“Tenho sede”

7. Aqui vemos a declaração de um princípio permanente.

Há um sentido, um sentido real, em que Cristo ainda tem sede. Ele está sedento pelo amor e pela devoção dos seus. Ele anseia pela companhia do povo que comprou com seu sangue. Eis aqui uma das grandes maravilhas da graça — um pecador redimido pode oferecer aquilo que satisfaz o coração de Cristo!

 Posso compreender como devo apreciar seu amor, mas quão maravilhoso que ele — o todo-suficiente — deva apreciar o meu! Eu aprendi quão abençoada é para minha alma a comunhão com ele, mas quem suporia que minha comunhão fosse bendita para Cristo! Todavia o é. Por isso ele ainda “tem sede”.

A graça nos capacita a oferecer aquilo que o refrigera. Maravilhoso pensamento! Você já reparou em João 4 que, embora Cristo dissesse à mulher que veio ao poço, “Dáme de beber” — pois ele assentou-se ali “cansado” da viagem e do calor — que ele nunca tomou um gole de água? Na salvação e na fé daquela mulher samaritana ele achou aquilo que refrescou seu coração! O amor nunca fica satisfeito até que haja uma resposta e amor em troca! Assim o é com Cristo.

 Aqui está a chave para Apocalipse 3.20: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Isso é amiúde aplicado ao não salvo, mas sua referência principal é à Igreja. Descreve se Cristo buscando a companhia dos seus. Ele fala de “cear”, e na escritura isso sempre simboliza comunhão, da mesma forma que a Ceia do Senhor é uma oportunidade especial de comunhão entre o Salvador e o salvo.

 
E observe nessa passagem que Cristo fala de uma dupla ceia — “entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Não somente é nosso inefável privilégio cear e comungar com ele, deleitarmo-nos nele, mas ele “ceia” conosco. Ele encontra em nossa comunhão algo com que alimentar seu coração, algo que o alivia, e esse algo é a nossa devoção e o nosso amor. Sim, o Cristo de Deus ainda “tem sede”, sede pela afeição dos seus. Ó, não oferecerá você algo que a ele satisfaça? Responda então ao apelo dele: “Põe-me como selo sobre o teu coração” (Ct 8.6).

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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