Como veremos a glória de Deus, se a enfermidade já está deteriorando todo o nosso ser? Verás como, se há tanto tempo  estamos orando e nada parece  se alterar? Se temos orado e buscado  ao Senhor confiantemente há tantos anos, e a nossa situação financeira vai de mal a pior?  Como, se as portas daquele emprego tão acalentado continuam fechadas? Por que sofremos?  Como devemos enfrentar o sofrimento? Como conviver com o sofrimento? Como podemos e devemos glorificar a Deus em meio ao sofrimento? Enfim, como  reconhecer a atuação  da soberana vontade de Deus quando as lágrimas teimosas e persistentes se recusam a nos deixar?
Eu não sei como  haveremos de  contemplar a manifestação da glória  de Deus em meio ao caos existencial. Eu não  posso determinar que aconteça  a manifestação gloriosa  conforme o meu ponto de vista, ou conforme a minha  visão do que  seja a glória de Deus no tempo e nas condições que eu queira... Mas eu preciso  crer que essa  manifestação  é única e exclusivamente direcionada e determinada no tempo e da forma como Deus quer. É claro  que Ele é capaz de  “fazer infinitamente mais do que  tudo quanto  pedimos ou pensamos, conforme  o seu poder que opera em nós”.[1]
Porém, precisamos crer e compreender que, ainda que o poder para agir da forma  como achamos que deve ser esteja com Ele, ainda assim, precisamos enfatizar que o Seu poder não está  sob o nosso controle e vontade. Paulo disse: “conforme  o seu poder que opera em nós”,  mas não que o seu poder é operado, manipulado,  por nós. Ele, o Senhor, é quem  opera em nós,  no tempo  e da maneira  como Ele ([1]).
O Senhor Jesus disse à Marta, irmã de Lázaro: “Não te disse eu que, se creres, verás a  glória de Deus?”.[1]  Maria e Marta  não conseguiam  entender o que o Senhor estava fazendo, nem mesmo o que dizia. Ambas lhe disseram: “Senhor, se tu estivesses aqui meu irmão não teria morrido”. É como se dissessem: “Senhor, nós não entendemos porque demoraste  tanto em nos atender.  Nós clamamos pela tua misericórdia. Não entendemos como pudeste deixar que a dor e o sofrimento consumissem  nossas vidas, quando  a tua presença poderia ter impedido tudo isso...
Por que não vieste antes, quando ainda era possível haver um milagre?  Agora é tarde demais,  pois ele  já está morto há quatro dias!”  Porém, Jesus não chegou atrasado. Ele nunca chega atrasado, e tinha para elas uma grande resposta: “Vocês podem não entender agora, mas eu não lhes disse que se cressem, veriam a glória de Deus?”
Quantas vezes ficamos perplexos diante das coisas que nos acontecem! Talvez estejamos dizendo: “Eu não entendo porque Deus permitiu  que meu ente querido fosse levado tão cedo! Não entendo porque a aflição tem me açoitado de maneira tão intensa! Não entendo porque só eu sou tão sacrificado dessa forma!  Não entendo porque  as bênçãos de que eu tanto  necessito estão  demorando tremendamente para  vir!” Nem eu nem você entendemos claramente todas as coisas que nos acontecem. E jamais compreenderemos tudo nesta vida.
Não podemos entender todos os caminhos de Deus, todas as maneiras como Ele dirige a nossa vida. Na verdade, Deus não espera isso de nós, assim como não esperamos que nossos filhos entendam tudo o que lhes fazemos. Queremos apenas que eles confiem em nós. Assim, também, Deus quer que confiemos inteiramente nEle e  um dia veremos a Sua glória. Tudo quanto Deus determina  visa a Sua glória em nossas vidas. E também, em última instância, tudo coopera para o nosso bem. E esse bem não nos compete escolher, nem determinar, ou  ordenar. Ele, o Senhor, sabe o que, realmente,  há de se constituir  num bem  maior e mais significativo para cada um de nós. Ele nos ama com amor soberano. Aleluia!
Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
[1] Jo 11.40
[1] Mt 11:27; Jo 5:21
[1] Ef 3.20
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