“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
7. Aqui vemos a destruição da “esperança maior”.
Esse clamor do Salvador prenuncia a condição final de toda
alma perdida — abandonada por Deus! A
fidelidade nos obriga a alertar o leitor acerca dos falsos ensinos de hoje.
É-nos dito que Deus ama a todos, e que ele é misericordioso demais para em
algum tempo levar a cabo as ameaças de sua palavra. Exatamente como a antiga serpente argumentou
com Eva. Deus tinha dito: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A
serpente disse: “Certamente não morrereis”. Mas qual palavra evidenciou ser
verdadeira? Não a do diabo, pois ele é mentiroso desde o princípio [1]. A ameaça
divina foi cumprida, e nossos primeiros pais morreram espiritualmente no dia em
que desobedeceram à sua ordem. Isso se provará também num dia vindouro.
Deus é
misericordioso; o fato dele ter provido um Salvador, leitor, demonstra-o. O
fato de que ele convida você para receber a Cristo como seu Salvador evidencia
sua misericórdia. O fato de que ele é tão longânime com você, que suporta a sua
obstinada rebelião até agora, que prolongou o seu dia de graça até o presente
momento, prova-o. Mas há um limite para a sua misericórdia. O dia da
misericórdia em breve findará. A porta de esperança em breve será trancada. A
morte pode rapidamente ceifar a ti, e após essa vem “o juízo”.[2] E no Dia
do Juízo Deus vai tratar com justiça e não com misericórdia. Ele vingará a
misericórdia da qual você desdenhou. Ele executará a sentença de condenação já
passada sobre você: “Quem não crer será condenado” (Mc 16.16).
Não repetiremos novamente o que já dissemos em detalhes;
basta por ora lembrar o leitor mais uma vez como esse brado de Cristo
testemunha do ódio divino ao pecado. Porque é justo e santo, Deus deve julgar o
pecado onde quer que ele seja encontrado. Se então ele não poupou o Senhor
Jesus quando o pecado foi achado sobre ele, que esperança pode haver, leitor
não salvo, de que ele poupará a ti quando estiveres diante dele no grande trono
branco com pecado sobre ti? Se Deus derramou sua ira em Cristo enquanto
pendurado como fiador de seu povo, fique certo de que ele, com a mais absoluta
certeza, derrama-la-á sobre você, se morrer em seus pecados.
A palavra da
verdade é explícita: “Aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de
Deus sobre ele permanece” (Jo 3.36). Deus “não poupou” seu próprio Filho quando
tomou o lugar do pecador, e não poupará a quem rejeita o Salvador. Cristo ficou
separado de Deus por três horas, e se você finalmente rejeitá-lo como seu
Salvador, também o será, para sempre — “os quais sofrerão, como castigo, a
perdição eterna, banidos da face do senhor” (2Ts 1.9).
“Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” Eis aqui um Brado de
Desolação — Leitor, possa você nunca ecoá-lo. Eis aqui um Brado de Separação —
Leitor, possa você jamais experimentá-lo.
Eis aqui um Brado de Expiação — Leitor, possa você apropriar-se de suas
virtudes salvíficas.
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