3. A PALAVRA DE AFEIÇÃO
“E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe”
(João 19. 25).
Como seu Filho, Maria estava familiarizada com o sofrimento.
Desde o princípio somos informados: “E, entrando o anjo onde ela estava, disse:
Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E,
vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação
seria esta” (Lc 1.28,29).
Isso foi apenas o prenúncio de muitas perturbações: Gabriel
tinha vindo lhe anunciar o fato da concepção milagrosa, e um momento de
reflexão nos mostrará que não foi coisa fácil para Maria o se tornar a mãe do
nosso Senhor dessa forma misteriosa e sem precedentes. Sem dúvida, isso trouxe,
mais tarde, grande honra, mas também não pouco perigo no presente para a
reputação de Maria, e não pouca prova para a sua fé. É belo observar sua quieta
submissão à vontade divina: “Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38), foi a sua resposta. Isso foi
resignação amorosa.
Todavia, ela ficou “perturbada” com a Anunciação e, como
dissemos, foi apenas o precursor das muitas provas e aflições. Que aflição deve ter lhe causado quando, por
não haver nenhum quarto na pousada, ela teve que deitar o seu bebê recém
nascido numa manjedoura! Que angústia deve ter sido a sua quando soube do
intento de Herodes de matar a vida do seu infante! Que transtorno lhe deu ser
forçada, por conta dele, a fugir para um país estrangeiro e residir por vários
anos na terra do Egito! Que golpes penetrantes na sua alma devem ter sido ao
ver seu Filho desprezado e rejeitado pelos homens! Que aperto no coração
causava a tristeza de contemplá-lo como odiado e perseguido pela sua própria
nação! E quem pode estimar o que ela experimentou enquanto permanecia ali ao pé
da cruz? Se Cristo foi o homem de dores, não foi ela a mulher de dores? “E
junto à cruz de Jesus estava sua mãe” (Jo 19.25).
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