“E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no
teu reino. E disse-lhe Jesus: Em
verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23. 42,43).
O que torna o céu superlativamente atraente ao
coração do santo não é o fato de ser um lugar onde seremos libertos de toda
tristeza e sofrimento, de ser onde encontraremos outra vez aqueles que amamos
no Senhor, nem por suas ruas de ouro, portas de pérolas e muros de jaspe — não,
benditas coisas são essas, mas o céu sem Cristo não seria céu.
É Cristo que o coração do crente anseia e
almeja — “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje
além de ti” (Sl 73.25). E a mais surpreendente coisa é que o céu não será céu
para Cristo no sentido mais elevado até que seus remidos estejam reunidos em
torno dele. É por seus santos que seu coração deseja ardentemente. Vir outra
vez e “receber-nos para si mesmo” é a jubilosa expectativa posta perante ele.
Não até que veja o trabalho de sua alma e fique totalmente satisfeito.[1]
Esses são os pensamentos sugeridos e
confirmados pelas palavras do Senhor Jesus ao ladrão agonizante. “Senhor,
lembra-te de mim” fora seu clamor. E qual foi a resposta? Repare cuidadosamente
nela. Houvesse Cristo simplesmente dito, “Em verdade te digo que hoje estarás
no Paraíso”, isso teria cessado os temores do ladrão. Sim, mas isso não satisfez
ao Salvador. Aquilo sobre o qual seu coração estava firmado era o fato de que
naquele mesmo dia uma alma salva por seu precioso sangue deveria estar com ele
no Paraíso!
Dizemos outra vez, esse é o clímax da graça e a
essência da bênção cristã. Disse o apóstolo que tinha o “desejo de partir, e
estar com Cristo” (Fp 1.23). E novamente ele escreveu: “Ausentes deste corpo” —
livres de toda dor e cuidado? Não. “Ausentes do corpo” — trasladados à glória?
Não. “Ausentes deste corpo... presentes com o Senhor” (2Co 5.8).
Assim também com Cristo. Disse ele: “Na casa de
meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou
preparar-vos lugar”; todavia, ao acrescentar “virei outra vez”, não diz “E
conduzir-vos-ei à casa do Pai”, ou “levar-vos-ei ao lugar que tenho preparado a
vós”, mas “virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo” (Jo 14.2,3).
Estar “para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17) é a
meta de todas as nossas esperanças; ter-nos para sempre consigo é o que ele
anseia com ardente e alegre expectativa. Estarás comigo no Paraíso!
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