5. A PALAVRA DE SOFRIMENTO
“Sabendo
Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede” (João
19.28).
“Tenho sede”. Que texto
para um sermão! Um sermão curto e verdadeiro, e contudo quão abrangente, quão
expressivo, e quão trágico! O Criador dos céus e da terra com os lábios
ressecados! O Senhor da glória precisando de um gole de água! O Amado do Pai
clamando, “Tenho sede!” Que cena! Que palavra, essa! Claramente, nenhuma pena
não inspirada traçou um quadro desses.
Outrora o Espírito de Deus moveu Davi a dizer a respeito do Messias
vindouro: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber
vinagre” (Sl 69.21).
Quão maravilhosamente completa foi a previsão da profecia!
Nenhum item essencial lhe estava faltando. Todo detalhe importante da grande
tragédia fora escrito de antemão. A traição por um amigo íntimo (Sl 41.9), a
deserção dos discípulos por ficarem escandalizados com ele (Sl 31.11), a
acusação falsa (Sl 35.11), o silêncio perante seus juízes (Is 53.7), sua
ausência de culpa provada (Is 53.9), o ser contado entre os transgressores (Is
53.12), o ser crucificado (Sl 22.16), a zombaria dos espectadores (Sl 109.25),
o escárnio pelo não livramento (Sl 22.7, 8), o sorteio de suas vestes (Sl
22.18), a oração por seus inimigos (Is 53.12), o ser desamparado por Deus (Sl
22.1), a sede (Sl 69.21), o render de seu espírito nas mãos do Pai (Sl 31.5),
os ossos não quebrados (Sl 34.20), o sepultamento na tumba de um rico (Is
53.9); tudo claramente predito séculos antes de se suceder. Que evidência
convincente da inspiração divina das escrituras! Quão firme fundamento vós, santos do Senhor,
está posto para sua fé, na sua palavra excelente!
“Tenho sede”. O fato que
está aqui registrado como uma das sete elocuções de nosso Senhor na cruz sugere
que seja uma palavra de precioso significado, uma palavra para ser entesourada
em nossos corações, uma palavra merecedora de prolongada meditação. Temos visto
que cada um dos ditos anteriores do Salvador padecente tem muito a nos ensinar
e, certamente, esse não pode ser uma exceção. O que então podemos deduzir dele?
Quais são as lições que essa quinta palavra da série nos ensina? Possa o
Espírito da verdade iluminar nosso entendimento à medida que nos esforçamos
para fixar nela nossa atenção.
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