terça-feira, 26 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (39)


5. A PALAVRA DE SOFRIMENTO


 

“Sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se       cumprisse, disse: Tenho sede” (João 19.28).

 “TENHO SEDE”. Tais palavras foram faladas pelo Salvador padecente um pouco antes de ele curvar sua cabeça e render o espírito. Somente são registradas pelo evangelista João e, como podemos ver, é conveniente que elas devam ter lugar em seu evangelho, pois não apenas demonstram sua humanidade, mas também salientam sua glória divina.

“Tenho sede”. Que texto para um sermão! Um sermão curto e verdadeiro, e contudo quão abrangente, quão expressivo, e quão trágico! O Criador dos céus e da terra com os lábios ressecados! O Senhor da glória precisando de um gole de água! O Amado do Pai clamando, “Tenho sede!” Que cena! Que palavra, essa! Claramente, nenhuma pena não inspirada traçou um quadro desses.  Outrora o Espírito de Deus moveu Davi a dizer a respeito do Messias vindouro: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre” (Sl 69.21).
 
Quão maravilhosamente completa foi a previsão da profecia! Nenhum item essencial lhe estava faltando. Todo detalhe importante da grande tragédia fora escrito de antemão. A traição por um amigo íntimo (Sl 41.9), a deserção dos discípulos por ficarem escandalizados com ele (Sl 31.11), a acusação falsa (Sl 35.11), o silêncio perante seus juízes (Is 53.7), sua ausência de culpa provada (Is 53.9), o ser contado entre os transgressores (Is 53.12), o ser crucificado (Sl 22.16), a zombaria dos espectadores (Sl 109.25), o escárnio pelo não livramento (Sl 22.7, 8), o sorteio de suas vestes (Sl 22.18), a oração por seus inimigos (Is 53.12), o ser desamparado por Deus (Sl 22.1), a sede (Sl 69.21), o render de seu espírito nas mãos do Pai (Sl 31.5), os ossos não quebrados (Sl 34.20), o sepultamento na tumba de um rico (Is 53.9); tudo claramente predito séculos antes de se suceder. Que evidência convincente da inspiração divina das escrituras!  Quão firme fundamento vós, santos do Senhor, está posto para sua fé, na sua palavra excelente!

“Tenho sede”. O fato que está aqui registrado como uma das sete elocuções de nosso Senhor na cruz sugere que seja uma palavra de precioso significado, uma palavra para ser entesourada em nossos corações, uma palavra merecedora de prolongada meditação. Temos visto que cada um dos ditos anteriores do Salvador padecente tem muito a nos ensinar e, certamente, esse não pode ser uma exceção. O que então podemos deduzir dele? Quais são as lições que essa quinta palavra da série nos ensina? Possa o Espírito da verdade iluminar nosso entendimento à medida que nos esforçamos para fixar nela nossa atenção.

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

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