quinta-feira, 19 de março de 2009

DEUS DE SURPRESAS

‘Precisamos nos preparar para as más surpresas na vida, mas não deveríamos nos esquecer da mão de Deus em todas as coisas’.

Recentemente aceitei um convite para uma entrevista de um jornal – o que eu não estava muito propenso a fazer. As pressões de agenda, somadas à ansiedade quanto às perguntas que seriam feitas, me deixaram negativo e relutante.

Mas Deus me surpreendeu. A pessoa que me entrevistou era super dinâmica, cheia de entusiasmo e alegria. Ao invés de acontecer o que antes eu imaginava, a entrevista me deu fôlego e energia para o dia. Felizmente – embora relutante – orei pela entrevista enquanto me dirigia para encontrar o repórter. Deus respondeu minhas orações em segundos.
Whitney Balliet escreveu um valioso livro sobre jazz, intitulado O som da surpresa. No livro, ele fala sobre a imprevisibilidade do jazz. Nesse gênero musical, você nunca sabe o que virá a seguir – os ritmos, as harmonias, etc. – e isso faz do jazz algo extraordinário. Ele sempre nos surpreende.

Assim é na vida e no trabalho. A única certeza é a mudança, que sempre vem como uma surpresa. Podemos até prever a chegada de uma mudança, mas não conhecemos seus detalhes. As boas surpresas que Deus nos manda são, geralmente, corriqueiras e comuns. Infelizmente, não deixamos que Ele nos surpreenda. Ao invés disso, vivemos temendo as más surpresas. Queremos antecipá-las para que, as tendo enfrentado, tomemos de volta o controle da situação.
É claro, precisamos nos preparar para as más surpresas na vida, mas não deveríamos nos esquecer da mão de Deus em todas as coisas. Além disso, devemos tomar cuidado para que nossas expectativas não conduzam nossa direção. Boa parte da alegria em nossa vida é determinada pela forma como reagimos; podemos reagir com regozijo e alegria, ou com insatisfação e temor.

Você se lembra da história de Paulo e Silas na prisão? Talvez, os dois estivessem tentados a desistir, a dormir para se esquecerem das más surpresas que a cadeia os poderia trazer. Ao invés disso, Paulo e Silas transformaram a surpresa de Deus em canto. Foi quando aquela noite começou a ficar interessante! As portas da prisão se abriram, um guarda quase se matou, e uma comunidade foi espiritualmente abençoada. O que deveria ser uma noite de desespero tornou-se uma noite de alegria e surpresa! (At 16).

Infelizmente, por causa de nossa natureza, tendemos a enxergar a vida com o olhar em nós mesmos. Todos experimentamos traição em algum momento em nossas vidas. Todos aprendemos que surpresas podem ser desagradáveis.

Como nos protegeremos das más surpresas sem sermos reféns do medo? Como continuaremos a apreciar as surpresas de Deus nos lugares mais comuns?
Muitos gostariam de pensar em termos de fórmulas complexas e regras. Na verdade, a fórmula é bem simples. Nossa alegria começa com fé e termina com ações de graças. Cultive uma vida de atenção. Jesus constantemente dizia aos seus discípulos que estivessem atentos, que prestassem atenção nas coisas boas da vida. Gratidão requer fé, e fé produz gratidão. Ingratidão é fruto de incredulidade. Um Deus ignorado é um Deus negado.

Quando vivemos com gratidão – e com adequada humildade – somos constantemente maravilhados. Boa parte das maravilhas e da beleza da vida vêm do encontro com as surpresas. Nós nos surpreendemos, mas Deus não. A ressurreição de Cristo é a grande surpresa da história. É por isso que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28).
Copyright © 2008 por Christianity Today International (Traduzido por Daniel Leite Guanaes)

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