terça-feira, 30 de março de 2010

CELEBREMOS A PÁSCOA

Deus, com efeito, amou tanto o mundo que deu Seu Filho,
para que todo aquele que n´Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”.
( Evangelho do Apostolo João, 3.16 – TEB)

Durante milhares de anos religiões distintas apresentaram o sofrimento como o único caminho a percorrer. A anulação do corpo, a mortificação dos desejos, a inibição dos sonhos e o distanciamento de tudo aquilo que poderia ser chamado liberdade, surgia como forma exclusiva de agradar a Deus. Mais que isso, homens e mulheres foram levados à submissão completa sobre os reveses ocasionais ou permanentes. Destino, sina, tragédia, fatalidade e tantas outras palavras foram companheiras de uma passividade mórbida que se prestava à manipulação religiosa e ao fortalecimento dos sacerdotes, entre outros aspectos desprezíveis.
Celebrar a Páscoa é redescobrir que a vida traz consigo situações opostas e complementares. Dor e cura. Noite e dia. Perda e ganho. Saída e chegada. Separação e reconciliação. Crise e perdão. Escravidão e liberdade. Vitória e derrota. Morte e ressurreição…
Se por um lado, as religiões nos fizeram acreditar que viver em sofrimento era a vontade dos céus entre nós, a sociedade pos-moderna omite a realidade do mesmo, tornando-nos artificais diante dos desafios da existência.
Ao olhar para o Cristo da cruz e da ressurreição, somos chamados à conversão. Assim será necessário mudar referenciais, conceitos, convicções e posturas. Abrir-se para Ele e buscar profundidade espiritual pode ser o início deste novo jeito de encarar a vida. Para tal, será necessária a decisão de romper com aquilo que é menor e mesquinho, entendendo que a felicidade não é um fim em si, senão numa experiência quotidiana com este Deus que nos acompanha na plenitude dos dias e não nos abandona quando passamos “pelo vale da sombra da morte" e pela dádiva do seu Filho nos dá a Vida
.
Celebremos a Páscoa.
Olhemos para o Cristo!

Rev. Sérgio Andrade
Deão da Catedral Anglicana da S.S. Trindade

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