quarta-feira, 17 de março de 2010

A CONSOLAÇÃO EFICIENTE

Após ter sido mudada a sua perspectiva pessoal a respeito dos fatos ao seu redor, Asafe mudou também seu entendimento a respeito de Deus. Talvez melhor seria invertemos esta colocação. Ou seja, quando Deus manifestou-Se a ele, então Asafe pôde conhecer-se melhor e conhecer um pouco mais a respeito da grandeza e majestade de Deus: “mas eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo” (Sl 77.10b).

O salmista continua nos salmos seguintes com sua explosão de louvor. No salmo seguinte (78) ele nos ensina como devemos agir em tempos de crise: “Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade. Os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado. Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as maravilhas que fez... Para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos; para que pusessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos. E não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel a Deus” (Sl 78.2-4, 6-8).
Deus quer que cada um de nós tenha um relacionamento pessoal com Ele. Por isso Ele abomina a idolatria, que é justamente colocar-se qualquer pessoa ou objeto no lugar que pertence unicamente ao Senhor. Por causa disto, algumas vezes nos desmanchamos em lamúrias, procurando entender os porquês dos problemas que enfrentamos. Se isto está acontecendo com o amado leitor, pense comigo: Não seria o caso de aproveitarmos esse tempo para orar e meditar na Palavra de Deus, enfim, adorá-Lo?
O salmista Asafe continua sua exaltação e louvor ao Senhor até a final do salmo 84. E as palavras finais de seu cântico são completamente opostas às palavras de lamentações e revolta com que iniciara o salmo 77: “Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios. Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão. SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança” (Sl 84. 10-10). Aleluia! O Salmista chegou à doce e preciosa constatação, a qual você e eu precisamos chegar, de que vale a pena vivermos na presença de Deus, mesmo quando as circunstâncias em que vivemos são desalentadoras e revoltantes.
Jó obteve a consolação quando conheceu a Deus de forma íntima e pessoal: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.2-6).
Jeremias recebeu a consolação eficiente quando se lembrou da esperança divina: “Então disse eu: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no SENHOR. Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do fel. Minha alma certamente disto se lembra, e se abate dentro de mim. Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade. Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança. Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta. Pois o Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” (Lm 3.18-33).
E mais à frente o profeta nos adverte, baseado em sua própria experiência: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR” (Lm 3.39,40).
Enquanto concentramos nosso pensamento nas circunstâncias, ou nas pessoas que nos rodeiam, sentimo-nos completamente desamparados e tristes. Mas quando levantamos os nossos olhos para Aquele que nos dá esperança, então somos encorajados a deixar o pecado e firmar a nossa fé em Cristo Jesus. Apenas nEle encontramos esperança para a nossa alma aflita e angustiada. Portanto, “Esperai com paciência no Senhor... Espera no Senhor, tem bom ânimo” ([1]). Porque “os caminhos de Deus são eternos” ([2]). E o mais importante será ouvirmos no último dia as benditas palavras do Senhor Jesus: Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor... Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.23, 34). Pense nisto e que Deus o (a) abençoe sempre. Amém.




Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
www.mananciaisdevida.blogspot.com
[1] Sl 40.1,2,17; 27.14
[2] Hab 3.6 b

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