sábado, 6 de março de 2010

A SUPERAÇÃO DO MEDO

_ “E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram” (Mt 14.26).

A palavra medo (PHOBOS, no grego), significa, nesse contexto, retraimento mental. É a covardia que impede o crente de testemunhar do amor de Cristo. Ainda hoje, diariamente, somos confrontados com os ventos contrários, muitas vezes nos causando tremor e temor. Porém, não podemos permitir que os obstáculos nos amedrontem tanto a ponto de nos fazer abandonar a luta, sermos massacrados e vencidos pelo pânico.

O texto continua, após o susto e medo dos apóstolos: “Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou” (Mc 6.50-51).

NÃO TEMAIS! Segundo os comentaristas, essa expressão aparece na Bíblia 366 vezes. Isto é, uma vez para cada dia, e ainda sobra uma para o ano bissexto! “Sou eu, não temais!” Como precisamos nos apropriar dessa certeza ainda hoje!

A certeza de que o Mestre entrou no barquinho de nossa vida, e que o vento, o perigo, há de cessar, amainar ou amenizar. Os discípulos de Jesus, naquela ocasião, estavam com sua visão distorcida, atrofiada. Olharam certo e viram errado. Olharam para Jesus, viram um fantasma. Triste coisa é quando nos deixamos afundar, mesmo diante de Jesus, por sermos conduzidos pelos sentimentos e não pela fé e pelo entendimento correto a respeito de Jesus. A nossa vitória cristã não depende do que sentimos, nem do que pensamos, depende do que Cristo fez e faz por nós.

Agostinho, referindo-se a esse incidente, segundo Barcley, disse: “Acudiu pisando as orlas; e assim pôs abaixo de seus pés os crescentes tumultos da vida. Cristãos: Por que temer? A simples realidade da vida, uma realidade que tem sido posta a prova por inumeráveis milhares de homens e mulheres em todas as gerações, é que quando está Cristo a tempestade se aquieta. O tumulto se converte em paz, o impossível se torna possível, o insuportável se torna suportável, e os homens passam o ponto de ruptura sem romper-se. Andar com Cristo é também para nós a conquista da tempestade” (Barcley, W. – MARCOS – Vol.3 – p.175).

Mateus, 14.28-31, nos dá conta de que Pedro desceu do barco e foi ao encontro de Jesus: “Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-nos!” (V.30). Quando Pedro viu Jesus andando sobre o mar, vindo em sua direção, ficou entusiasmado com a possibilidade de imitar o Mestre. Então pediu a Jesus que lhe permitisse ir ao Seu encontro: “Senhor! Se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me” (Mt 14.28-30).

Pedro ia caminhando bem, enquanto estivera confiando no poder de Jesus para superar as ondas e os ventos contrários. No momento em que seu pensamento começou a se desviar; valorizando mais as forças contrárias que ao Senhor, então começou a afundar. Não podemos negar a existência da possibilidade dos sofrimentos, mas também não podemos supervalorizá-los. Não podemos ver as forças contrárias como algo acima das nossas possibilidades de vitória em Cristo Jesus. Ele é o Senhor!

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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