O mesmo Deus que escolhe também determina os meios pelos quais a pessoa vai ser conduzida a Cristo: oração e comunicação do evangelho da parte dos evangelistas, bem como a fé e o arrependimento da parte dos pecadores eleitos para serem salvos. Deus mesmo quebranta o coração humano, através dos sofrimentos e aflições, convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo, de maneira tal que o próprio pecador não é coagido a fazê-lo contra a sua própria vontade. Mas, por sua livre e espontânea vontade, seu coração é inclinado a responder favoravelmente ao convite divino. É Deus "quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fl 2.13).
Porém, precisamos enfatizar o fato de que a soberania de Deus não exclui a responsabilidade humana. Podemos observar que, ao se referir à ação soberana de Deus na salvação, a Bíblia, paralelamente, apresenta o convite de Deus para o exercício da fé e arrependimento da parte do pecador. Ou seja, a ação humana responsável diante da salvação de Deus.
Não podemos ter dúvidas quanto a isso, é Deus quem opera a salvação e o homem é responsável (Fl 2.12b, 13; Rm 9.16,18). Portanto, não tente compreender porque Deus o escolheu entre tantas pessoas que se perdem; isso faz parte dos secretos desígnios de Deus. Não somos ensinados para entendermos os porquês de Deus, mas, sim, para glorificá-Lo e honrá-Lo por Sua multifacetada graça.
Agar e Ismael não faziam parte do povo escolhido de Israel; não por sua descendência humana, por sua origem. Mas era uma escolhida de Deus, e não sabia. Os textos mencionados acima deixam claro que Deus tinha um propósito especial para aquela família abandonada. Eles também estavam predestinados, eleitos por Deus, para exercerem uma influência grandiosa na história da humanidade. Deus já os havia escolhido antes que eles nascessem, antes da fundação do mundo. Além disso, embora não soubessem dos propósitos eternos de Deus, eles clamaram ao Senhor e foram achados por Ele. Eles não ficaram cogitando se eram ou não escolhidos por Deus, apenas invocaram o nome do Senhor. É o que eu e você precisamos fazer, antes de entendermos a respeito da doutrina da eleição e predestinação.
Eu creio na doutrina da eleição e predestinação, como a Bíblia diz (Rm 8.28-30; Ef 1.4-5; 2Ts 2.13-14; 2 Tm 1.9; Tt 1.1-2; 1Pe 2.9-10, etc); porém, o fato de crer que Deus é soberano na escolha de quem Ele quer salvar não me dá o direito de querer saber quem é ou não eleito de Deus. Não podemos deixar de pregar o evangelho da salvação por julgá-lo fora do propósito de Deus para determinada pessoa.
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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