sexta-feira, 2 de abril de 2010

AQUIETAI-VOS!

Domingo passado (20/03/10), ouvi duas experiências na classe da EBD que vale a pena serem contadas.

A primeira foi contada pela irmã Etieene. Disse ela que certa feita, seu filho, Cauã, com apenas 4 anos na época, estava gravemente enfermo. No quinto dia em coma na UTI o médico lhe falou: “Etieene, você confia em Deus?” Sim, respondeu ela, ainda que um tanto insegura. “Então fale com Deus, porque não sabemos mais o que fazer. Não vejo mais chance de seu filho sobreviver, já que ele não está respondendo às medicações”, disse o médico.
Crendo e confiando no Deus do impossível, mas um tanto sobressaltada e insegura, compartilhou com seu marido ao chegar à casa. Ficou surpresa com as palavras com que seu marido, Isaias, reagiu: “Então é agora que ele vai ficar bom. Se só Deus pode resolver, então está resolvido” – disse ele.

No dia seguinte, logo ao chegar à portaria do hospital, ouviu as agitações e gritos de uma criança. Quando entrou na UTI, o médico saiu ao seu encontro, dizendo-lhe: “Que bom que você chegou, já não estava aguentando mais os gritos desse muleque. Leve seu filho pra casa que ele está de alta”. Aleluia!

Outro caso foi contado pela jovem Rafaela. Disse-nos ela que houve uma ocasião, quando ela era criança, que sua família passou por uma fase muito difícil, faltava-lhes até mesmo a alimentação diária. Um dia, não tendo comida para almoçar, sua mãe, chorando, entrou no quarto para orar, enquanto Rafaela e seu irmãozinho mais novo brincavam de pedir a Deus o que lhes faltava. Cerca de 3,00 h. da tarde, pegaram uma batata meio apodrecida, enrolaram-na num plástico e começaram a jogá-la na parede, enquanto faziam os pedidos a Deus:
_ Senhor, precisamos de arroz e feijão.

_ Senhor, precisamos de sabão pra mamãe lavar nossa roupa.
_ Senhor, precisamos de frutas e mais batatas...
E foram acrescentando tudo quanto precisavam com mais urgência.
Quando chegaram à igreja para o culto da noite, enquanto sua mãe entrou no templo para orar, antes de começar o culto, ela e o irmão ficaram brincando com outras crianças do lado de fora. De repente, parou um carro e um senhor descendo dirigiu-se a ela, perguntando-lhe se estava ali uma tal senhora, que era a sua mãe. Rafaela correu para chamar a mãe, a qual relutou em dar crédito às suas palavras. Quando, porém, a mãe chegou lá fora ouviu aquele homem dizer-lhe: “Minha senhora, hoje, cerca de 3,00h da tarde, quando fazia as compras no supermercado, Deus me falou para pegar outro carrinho e colocar nele essas compras para a senhora”.
Quando abriram os pacotes, diz Rafaela, estava lá tudo quanto ela e o irmão haviam pedido a Deus enquanto oravam e brincavam com aquela batata podre, jogando-a na parede... Que Deus fantástico é o nosso Deus! Vale a pena ouvir e confiar em Sua santa palavra: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10a).

É interessante que o salmista fala de Deus o tempo todo na terceira pessoa: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” – começa ele. E continua: “Portanto, não temeremos ainda que...” – e acrescenta uma série de possíveis calamidades naturais. Fala dos feitos soberanos de Deus, tais como “põe termo à guerra”, etc. Fatos estes que, ao longo da história mundial, as pessoas normalmente atribuem apenas aos homens e mulheres considerados heróis. O que poucos admitem, e crêem, é que Deus está no controle dos fatos históricos, nas calamidades geográficas, nas tormentas, terremotos, furacões e tudo o mais que assola o planeta Terra. Nada escapa ao controle soberano de Deus, e nada acontece por acaso. Em tais circunstâncias, também nós, os filhos do Deus Altíssimo, sentimo-nos pressionados, inquietos, sobressaltados, amedrontados e agitados, tanto com as turbulências externas como, e muito mais, as internas.

Quando nossas forças e resistências parecem soçobrar. Quando as lágrimas e o pânico começam a nos dominar e ameaçar a nossa estrutura física, emocional e espiritual... Quando as palavras já não encontram eco em nossa oração... Quando nossos esforços são em vão, e nossa capacitação e conteúdo intelectual se tornam nulos e ineficazes... Quando as lágrimas turvam nosso horizonte... Quando parece que não há mais esperança e ao nosso redor tudo se torna instável e inseguro... Quando a fé vacila e as forças físicas e emocionais começam a se esvair... Quando as preces parecem fúteis e ineficientes, Deus responde de duas maneiras peculiares.
Primeiramente Ele fala através do salmista, como nos versos já mencionados e também no refrão dos vs. 7 e 11: “O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.
Mas o que mais me surpreende é a maneira como Deus usa a mente e a boca do salmista para falar diretamente conosco: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...”

Essa é uma forma de comunicação muito comum entre os profetas do VT, mas não me parece tão frequente nos salmos. Imaginemos um pregador falando a respeito de Deus, exortando o povo a confiar na soberania e poder de Deus e, de repente, o tal mensageiro de Deus faz uma pausa... E uma voz completamente diferente, forte, enfática e vigorosa começa a ser ouvida por todos os presentes no local... O auditório, antes agitado, irreverente e tumultuado, de repente se petrifica ao som da voz trovejante, como se do trovão saíssem tais palavras: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus!”

Confesso que só em pensar em tal cena, fico arrepiado, meu coração dispara. Mas o fato é que isto não é uma mera conjectura, mas é precisamente este o propósito de Deus. Ou seja, quando nos sentimos agitados, confusos e sobressaltados com a incerteza que se avizinha de uma cirurgia delicada, uma colocação de prótese caríssima e complicada; as contas batendo à porta e os recursos se esgotando, Deus nos fala: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus!”

Quem sabe, não seria este o momento oportuno para nos aquietarmos também, procurando assimilar essas palavras para aplicá-las à nossa situação!? Se Deus pode fazer cessar as guerras e a fúria do mar e dos vendavais, Ele pode também fazer cessar a dor ou qualquer outra aflição de nosso coração. Assim, depois de Lhe fazermos as nossas súplicas, o clamor de nossa alma, aquietemo-nos e esperemos que o Senhor responda e aja em nosso favor. Amém.

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
www.mananciaisdevida.blogspot.com

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